Nesta segunda-feira, 16, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu o voto de confiança no Parlamento. Esse resultado já era esperado e levou à antecipação das eleições para fevereiro de 2025.
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O governo de Scholz passa por significativa crise interna, a qual resultou nessa reviravolta política.
O voto de confiança é uma prática comum em sistemas parlamentaristas, usada para reavaliar o apoio ao governo. Com a aprovação do voto, cabe ao presidente Frank-Walter Steinmeier decidir se o Bundestag, o Parlamento alemão, que tem 736 assentos, terá ou não dissolução.
A origem da crise política na Alemanha
A crise política na Alemanha começou em novembro deste ano, depois de Scholz demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, em razão a desacordos sobre a política econômica. Essa demissão resultou na perda da maioria parlamentar pelo partido de Scholz e comprometeu sua capacidade de governar.
Desde 2005, quando o então chanceler Gerhard Schröder perdeu uma moção de confiança, a Alemanha não votava algo similar. Esse episódio abriu caminho para a vitória apertada de Angela Merkel.
O cenário eleitoral
As pesquisas atuais revelam que o partido de Scholz, os Social-Democratas, está atrás do bloco de centro-direita da União, liderado por Friedrich Merz. Robert Habeck, dos Verdes, também lançou sua candidatura ao cargo de chanceler, mas seu partido está ainda mais atrás nas intenções de voto.
O Alternativa para a Alemanha, partido de direita, nomeou Alice Weidel como candidata a chanceler. Entretanto, suas chances são baixas, já que os outros partidos se recusam a colaborar com ela.
Impacto na coalizão governante
A administração de Scholz se baseava em uma coalizão de social-democratas, ecologistas e liberais. Contudo, depois da demissão do ministro das Finanças, os ministros liberais renunciaram — o que deixou o gabinete de Scholz sem maioria no Parlamento.
Ao justificar a demissão do ministro das Finanças, defensor rigoroso da austeridade orçamentária, Olaf Scholz declarou que “precisa de um governo capaz de agir e que tenha força para tomar as decisões necessárias para o país”.
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A possibilidade de eleições antecipadas já havia sido mencionada pelo presidente Frank-Walter Steinmeier. Ele tem um papel principalmente cerimonial na Alemanha, país em que o chanceler atua como chefe de governo.