Por Márcio Coimbra*
O comércio internacional encontra um período de turbulentos desafios. O caminho pós-pandemia abrirá muitas oportunidades, enquanto fecha tradicionais rotas e fluxos comerciais. O Brasil pode sair fortalecido, mas nesse tradicional xadrez seria interessante que nosso país diversificasse seus parceiros comerciais para evitar a dependência significativa de uma nação, como ocorre com a China.
A sinodependência comercial brasileira já se tornou uma realidade, simultaneamente a diversas outras nações que seguem pelas mesmas águas. Isso cria uma dependência que vai além do comércio e deságua no mundo político. Trata-se de fato que precisa ser repensado pelo Brasil, sob risco de perder o controle estratégico em pontos nevrálgicos de sua soberania.
Um exemplo claro tem sido as frotas chinesas avançando em águas internacionais e se aproximando perigosamente da costa de diversos países, entre eles o Brasil, para exercer uma questionável atividade pesqueira. Somente no último ano, estima-se que cerca de mil navios de bandeira chinesa ou pertencentes a empresas do país estiveram exercendo a pesca nas costas do Atlântico Sul, causando prejuízos enormes para atividade pesqueira local.
Pequim possui uma necessidade enorme em abastecer seu mercado, hoje de uma população de 1,4 bilhão. Para isso, importa alimentos do Brasil e de diversos outros países, porém precisa ir além, buscando métodos subsidiários de conseguir, especialmente em tempos de pandemia, suprir a demanda de seu imenso mercado local. As manobras navais em busca de alternativas são um desses caminhos.
A prática internacional consiste em desabilitar o chamado “sistema de identificação automático”, mecanismo que garante a segurança marítima. Desabilitado, a segurança é menor, mas as frotas passam a navegar de forma incógnita nas costas marítimas, o que facilita a pesca fora dos limites legais. A ação é uma clara violação das leis marítimas internacionais, que acabam por afetar a soberania nacional.
Diversas nações vêm se mobilizando para evitar a violação das costas nacionais por navios estrangeiros, um movimento que prejudica de forma sensível um vetor importante da economia: a pesca. Em fevereiro deste ano, a Universidade Internacional da Flórida foi a sede de uma conferência sobre pesca ilegal e desautorizada nas costas internacionais, apontando os impactos globais e regionais dessa atividade ilícita, bem como seu combate internacional, que precisa ser reforçado.
Os impactos dessa prática afetam a economia e vão muito além, atingindo o meio ambiente e também a segurança e a soberania nacionais. Países como o Brasil, com uma imensa costa, precisam estar cientes que a patrulha naval atual é incapaz de prevenir avanços sobre nossos mares, e uma ação mais efetiva precisa ser tomada, sob pena de vermos nosso país assistir a suas riquezas e potencial econômico atacados por ações ilegais de países que são inclusive nossos parceiros comerciais.
Nesta semana, foi divulgada pesquisa que mostra que o povo brasileiro não tem percepção boa sobre a China. Cerca de 44% dos brasileiros rejeitam o país asiático e somente 34% possuem uma visão favorável. Isso mostra em larga medida a ausência de identificação nacional com o regime de Pequim, que, apesar de ser o maior parceiro comercial, ainda possui um enorme caminho para ganhar os corações e as mentes dos brasileiros. Certamente, a ação ilegal em nossos mares não favorece os chineses, que possuem dificuldade em lidar com sua imagem externa, especialmente diante de uma agenda unilateral e uma diplomacia impositiva, que avança agora também pelas costas de seus parceiros comerciais.
Leia também: “O jogo do gigante”, reportagem publicada na Edição 58 da Revista Oeste
*Márcio Coimbra é presidente da Fundação Liberdade Econômica. Ex-diretor da Apex-Brasil e do Senado Federal. Coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília. Cientista político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007), Espanha.
Enquanto estiverem pescando em águas internacionais, nada se poderá fazer. Cada um que cuide de suas costas até o limite legal e ponto.
Os chineses não pescam apenas em águas internacionais. Eles já permaneceram um mês inteiro pescando na reserva de Galápagos com um armada de mais de 200 barcos. E de dizimacao eles entendem. Em 2020 o paddlefish (uma espécie que atingia 7 metros) foi declarada extinta. O Rio Yangtze eh um rio morto. Um terço das espécies do Rio Amarelo já desapareceu. E não precisamos nem falar da devastação que os chineses promovem no Pacífico com a construção de ilhas artificiais numa região bem próxima ao perímetro do “triângulo de coral”, o ponto de maior biodiversidade da vida marinha no planeta. Portanto, não “fazer nada” não eh uma opção.
Esta praga de nação é pior do que o vírus que estes infelizes contaminaram o globo, quem é mais velho se lembra quando alguém enchia a paciência a gente mandava o sujeito para a China, que sempre foi sinônimo de algo que não presta.
Bem lembrado. Vai pra China era como mandar alguém para o inferno antigamente.
Até quando vão permitir que esses bastardos façam o que quiser nos outros países? Eles não obedecem lei alguma e todo mundo sabe disso, e ainda vem dar uma de ofendidos quando alguém fala as verdades 😤