China e Rússia vão explorar lítio na Bolívia. As duas potências fecharam dois contratos bilionários para atuar na maior reserva do mineral do mundo, localizada no país sul-americano.
A estatal de energia nuclear russa Rosatom e a empresa privada chinesa Citic Cuoan Gruop irão investir US$ 1,4 bilhão (quase R$ 7 bilhões) para a produção de carbonato de lítio. A expectativa de produção é de 100 mil toneladas anuais do insumo a partir de 2025.
Em janeiro, a fabricante de baterias chinesa CATL havia selado um acordo de US$ 1 bilhão (R$ 5 bilhões) para produzir 25 mil toneladas de carbonato de lítio por ano na Bolívia.
A estatal Depósitos de Lítio Boliviano (YLB) vai explorar, refinar, processar e comercializar recursos de lítio em conjunto com os sócios estrangeiros.
Disputa pelo lítio
A disputa pelo lítio na América Latina é a nova fronteira do duelo geopolítico entre as duas potências globais.
A região entre Bolívia, Chile e Argentina, chamada de Triângulo do Lítio, concentra 61% das reservas do mineral no planeta. Boa parte ainda não explorada.
Em números de produção, porém, a Austrália liderou o mercado no ano passado, com 47%, seguida por Chile (30%) e China (15%).
A China, que produz cerca de três quartos das baterias de íon-lítio no mundo, tem feito parcerias com os países do continente sul-americano para a produção local de suprimentos.
O lítio é uma matéria-prima muito importante no contexto da transição energética. Ele está presente nas baterias de íon-lítio, utilizadas em carros elétricos, e é essencial para expandir o armazenamento de energia em outros sistemas.