Membro permanente do Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas e com poder de veto, o Partido Comunista da China (PCC) conseguiu barrar a emissão de um comunicado do órgão condenando o golpe de Estado em Mianmar. A moção havia sido apresentada pelo governo do Reino Unido, durante uma reunião de emergência realizada na terça-feira 2. Essa é a segunda vez em menos de quatro anos que o PCC veta qualquer tipo de iniciativa que envolva o governo de Mianmar. Em 2017, impediu que o CS condenasse a ação dos líderes do país contra a minoria étnica rohingya — apenas o plenário da ONU, onde não há possibilidade de veto, condenou a postura da líder “de facto” Aung San Suu Kyi por violar direitos humanos. Segundo a imprensa estrangeira, a posição da China indica que o PCC apoia o regime que se instalou.
Conforme noticiou Oeste, as Forças Armadas de Mianmar tomaram o poder na segunda-feira 1° e prenderam governistas. Segundo os militares, as eleições de dezembro foram fraudadas pelo partido vencedor, o da Conselheira de Estado deposta, Aung San Suu Kyi. Na ocasião, nações democráticas criticaram o golpe, que ocorreu no dia da posse dos novos parlamentares. O Grupo dos Sete (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos) pediu aos militares “que acabem imediatamente com o estado de emergência, restaurem o poder do governo eleito democraticamente, libertem todos os detidos injustamente e respeitem os direitos humanos e o Estado de Direito”. O Brasil emitiu uma nota informando que espera o “rápido retorno do país à normalidade democrática”.