Astrônomos conseguiram observar pela primeira vez um ciclone polar, um vórtice de ar relativamente quente, no planeta Urano, por meio da rede de radiotelescópios Very Large Array (VLA), no Estado de Novo México, nos Estados Unidos. O estufo foi publicado na revista Geophysical Research Letters, na terça-feira 23.
A descoberta do vórtice em Urano foi realizada por meio da detecção de emissão térmica, na forma de ondas de rádio captadas pelo VLA.
Ciclones polares provavelmente são uma característica comum em todos os planetas do Sistema Solar com atmosferas. Eles já foram observados em Vênus, na Terra, em Marte, em Júpiter, em Saturno, em Netuno e no polo sul de Urano.
De modo geral, os pesquisadores acreditam que esses vórtices são formados pelas correntes de jatos atmosféricos de alta altitude, mesmo com “detalhes diferentes” em cada planeta.
Ciclone polar em Urano foi já foi “identificado” antes
Em 1986, a sonda Voyager 2, da NASA, chegou à órbita de Urano e detectou mudanças na velocidade do vento, que pode chegar a 900 quilômetros por hora, no polo sul do astro. Essas mudanças são consistentes com a existência de um vórtice polar lá. No entanto, a espaçonave não conseguiu encontrar um ciclone no polo norte.
Observar os polos de Urano era considerada uma tarefa difícil, até mais de oito anos atrás. Isso se deve ao fato de Urano orbitar o Sol com uma inclinação de 97,8 graus, assim, só era possível observar a região equatorial do planeta.
Desde 2015, os pesquisadores conseguiram uma visão mais clara do polo norte de Urano, conforme essa área recebia mais luz solar. Em 2018 e em 2022, o Telescópio Espacial Hubble identificou uma calota brilhante na região, e foi a primeira evidência de um ciclone polar no norte.