O governo colombiano anunciou no domingo 24 que extraditará para os Estados Unidos (EUA) o traficante Dairo Antonio Úsuga, conhecido como Otoniel e chefe do chamado Clã do Golfo, a maior quadrilha de narcotráfico do país.
O grupo controla a fronteira entre a Colômbia e o Panamá, rota fundamental para o contrabando de cocaína para o território americano. O governo dos EUA oferecia uma recompensa de US$ 5 milhões por informações que levassem ao narcotraficante, o criminoso mais procurado da Colômbia, capturado no sábado 23.
De acordo com o ministro da Justiça, Wilson Ruiz, o governo protocolará na Suprema Corte nesta segunda-feira, 25, o pedido de autorização da extradição, um processo que pode levar cerca de quatro semanas.
Captura
Cerca de 500 homens, apoiados por 22 helicópteros, foram mobilizados no município de Necoclí, no noroeste da Colômbia, para executar a operação.
Procurado pelas autoridades, Otoniel “não chegava a ter residência fixa, dormindo ao relento sem se aproximar de residências”, detalhou o diretor da polícia, Jorge Vargas. As informações mostraram que havia cerca de um mês que o traficante não se comunicava mais por rádio nem celular, apenas por meio de outras pessoas.
A área onde ele foi capturado, próxima da fronteira com o Panamá, é um dos principais redutos das Autodefesas Gaitanistas da Colômbia, também conhecidas como Clã do Golfo, um grupo de paramilitares que era liderado por Otoniel e presente em quase 300 cidades do país, segundo o centro de estudos independentes Indepaz.
“Este é o golpe mais duro que se desferiu no narcotráfico neste século no nosso país, comparável somente à queda de Pablo Escobar”, comemorou o presidente Iván Duque em mensagem à nação, referindo-se ao histórico chefe do Cartel de Medellín, morto em dezembro de 1993.