O Banco Central (BC) da Argentina elevou a taxa básica de juros do país na quinta-feira 16. Essa foi a maior alta em três anos, e segue o amplo aumento de juros pelo Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. O país sul-americano tenta combater a maior inflação dos últimos 30 anos, que chegou a 60% nos últimos 12 meses.
A taxa de referência Leliq, do BC argentino, aumentou em 300 pontos-base, para 52% — o aumento mais acentuado desde 2019. A autoridade monetária citou a crescente percepção de risco financeiro, a disparada dos preços globais e a necessidade de estimular a economia com a moeda local.
O movimento pela Argentina, que sofre um dos mais altos níveis de inflação do mundo, ocorre à medida que os bancos centrais brasileiro e da Europa têm elevado os juros, com o objetivo de combater a alta dos preços.
“A alta nos juros age principalmente incentivando a economia em pesos”, informou o BC argentino, ao acrescentar que continuará a calibrar a política monetária conforme a inflação.
Inflação na Argentina é a mais alta desde 1991
O Instituto Nacional de Estatística e Censos da República Argentina (Indec) informou nesta semana que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ultrapassou 60% em maio. Trata-se do valor mais alto desde dezembro de 1991.
Os maiores aumentos foram registrados no setor da saúde, com variação de 6,2% em relação a abril. Os transportes registraram uma alta mensal de 6,1%, enquanto o vestuário subiu 5,9%. As tarifas de hotelaria e restauração subiram 5,7%, assim como o preço das bebidas alcoólicas e dos tabacos.
Os menores aumentos em maio foram registrados nos serviços de água, luz e gás (3,6%), seguidos por educação (3,2%) e comunicações (3,1%).