A Organização Mundial da Saúde (OMS) deve ser reformada e ter mais autoridade para investigar ameaças globais provocadas por doenças, aponta relatório de uma comissão de especialistas independentes. De acordo com o estudo, existem falhas, lacunas e atrasos que permitiram ao surto de coronavírus, registrado pela primeira vez na China em dezembro de 2019, transformar-se em pandemia.
Segundo a comissão, presidida pela ex-primeira-ministra da Nova Zelândia Helen Clark e a ex-presidente da Libéria Ellen Johnson Sirleaf, a OMS deveria ter declarado o surto do novo coronavírus como uma emergência internacional antes da data em que o fez, 30 de janeiro de 2020. Consequência do equívoco da instituição foram as medidas brandas adotadas pelos governos nacionais, que não conseguiram conter o avanço da doença.
O relatório, encomendado no ano passado pela própria OMS, vinculou a gravidade do surto global a deficiências nos governos, na própria entidade e em outras organizações multilaterais. “A situação em que nós nos encontramos hoje poderia ter sido evitada”, afirmou Ellen Johnson Sirleaf, em entrevista via Zoom. “Isso se deve, em parte, ao fracasso em aprender com o passado”, completou a ex-presidente da Libéria.
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Até a areia do deserto sabe disso. Só a oms (com minúsculas mesmo, tamanha a sua insignificância) não reconhece isso.