Um editorial do Wall Street Journal da quinta-feira 9 se debruça sobre a seriedade do comitê do Congresso norte-americano que investiga a invasão ao Capitólio, no ano passado. O jornal contesta o teor midiático da apuração, que oficialmente trabalha para responsabilizar os causadores dos incidentes de 6 de janeiro de 2021.
Naquela data, um grupo de apoiadores do então presidente, Donald Trump, invadiu o prédio que serve ao Poder Legislativo norte-americano, em protesto contra supostas irregularidades na vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais.
Desde que foi instaurada, a comissão sobre a invasão ao Capitólio ouviu mais de mil pessoas e reuniu 140 mil documentos. Mas, adicionalmente, o comitê de investigação também tem servido como palco para que parlamentares se exibam ao público do país.
Na avaliação do Wall Street Journal, o comitê já acionou o modo teatral. Se a comissão que investiga o famoso 6 de janeiro realizar audiências mais polidas, em meio a uma cobertura na íntegra no horário nobre, será que alguém vai prestar atenção? Se a resposta for não, os membros da investigação vão ficar com a culpa. E eles têm se esforçado para atrair os olhares da sociedade.
No entanto, a perspectiva de apatia pública a respeito da investigação já está incomodando profundamente o establishment político.
“Os democratas têm o grande desafio de convencer um eleitorado norte-americano desiludido a sintonizar a audiência”, argumentou o site Politico. Já o Washington Post se preocupou com o fato de que mesmo depois de semanas dessa ‘minissérie’ muitas opiniões sobre o episódio ainda não foram modificadas.
O que está realmente faltando nesse molho especial de horário nobre de TV é o único ingrediente realmente vital para o interesse público: credibilidade. Se áreas importantes dos EUA ignoram o trabalho do comitê, é porque o próprio comitê, por meio de suas ações, tem falhado.
Fica a indagação: os norte-americanos podem confiar nas descobertas de um painel cujos membros começaram com uma narrativa preconcebida e rejeitaram qualquer voz discordante?
O comitê poderia ter se redimido mesmo com essa maquiagem se tivesse conduzido seu trabalho de maneira sóbria e profissional. Em vez disso, em poucos meses, tornou-se o pior tipo de máquina de vazamento de Washington, deixando escapar documentos, e-mails e informações internas sobre quem seria o próximo a ser interrogado e o que estava saindo dos depoimentos.
Então é justo que a nação permaneça cética em relação a um comitê que pisoteou várias normas e práticas institucionais em nome de nos devolver às normas e às práticas institucionais.
“As sessões transmitidas pela TV oferecem aos democratas a chance de reformular a mensagem de meio de mandato”, comentou o New York Times, em menção às eleições do Legislativo deste ano. O jornal ainda observa que o partido espera tirar de foco os problemas enfrentados pelo governo Joe Biden — que incluem inflação crescente, questões imigratórias, crime crescente e escassez de leite infantil.
No ano passado, os republicanos sugeriram sombriamente que esse era o verdadeiro propósito do comitê. Hoje, os democratas parecem confirmar essa visão.
A maioria dos norte-americanos gostaria de saber mais sobre os eventos daquele horrível dia de janeiro, ver um debate nacional sério e garantir que aquilo nunca aconteça novamente. Mas este comitê não é um mediador confiável.
Qualquer semelhança com uma falsa CPI brasuca é mera coincidência…
O Brasil sempre copiou os Estados Unidos, agora, parece que eles estudaram a CPI da Covid para replicá-la no comitê que investiga a invasão do Capitólio.
Tá parecendo o inquérito das fake news, onde um ministro do PSTF manda prender, bloquear contas bancárias e rede sociais, condena deputado, mas não apresenta uma prova dos supostos crimes! Uma verdadeira palhaçada!
CPI do Circo fazendo escola…