Milhares de papagaios-do-mar vivem na Ilha de May, um afloramento rochoso com aproximadamente 1 quilômetro de comprimento nas proximidades de Edimburgo, na Escócia. David Steel, que exerce a função de gerente da ilha, dedicou boa parte de sua profissão à observação e ao estudo da espécie. De acordo com a Sky News, David agora ganhou um aliado: um robô observador de pássaros.
À imprensa, o gerente da ilha disse: “Um dia desses, posso estar sentado em um escritório olhando para as telas. Isso me deixaria louco, mas é o futuro e está nos ajudando. Podemos usar essa tecnologia para nos ajudar a entender essas aves marinhas”.
A Ilha de May é o lar de cerca de 46 mil casais reprodutores de papagaios-do-mar. Mas, para além de muitas outras aves marinhas, May abriga quatro pesquisadores e duas câmeras de vigilância ligadas à inteligência artificial. O projeto é apoiado pela empresa de energia SSE e pelos gigantes da tecnologia Microsoft e Avenade.
As câmeras têm as suas lentes apontadas para as colônias de papagaios-do-mar, rastreando os movimentos dos indivíduos ao longo da temporada de reprodução. Os resultados do acompanhamento da espécie revelaram que a população de aves está se recuperando lentamente na ilha, porém ainda está abaixo do ideal. Sobre a cobertura 24 horas das câmeras dotadas com inteligência artificial, Steel disse: (…) Isso nos dá ótimos dados sobre o que está acontecendo com essas aves e, em uma escala mais ampla, o que está acontecendo no Mar do Norte”.
Aves ameaçadas
Segundo os cientistas, as aves marinhas são ameaçadas de diversas formas: mudanças no clima da região, oscilações acentuadas na temperatura da água, gripe aviária — que dizimou algumas colônias — e a pesca comercial.
Inteligência artificial
Sobre a aplicação da inteligência artificial, Musidora Jorgensen, diretora de sustentabilidade da Microsoft UK, disse: “[A inteligência artificial] é extremamente útil e desempenha um papel muito importante quando se trata de conservação e sustentabilidade. Isso ajuda a desvendar muito da complexidade que a conservação traz. Ter a oportunidade de rastrear, ver e reunir essas percepções (…) significa que nós podemos tomar melhores decisões em termos de como vamos proteger a biodiversidade como um todo”.