A engenhosidade humana sempre surpreende. A fim de superar as dificuldades do cotidiano, as pessoas têm as mais notáveis ideias. E não é raro descobrir que as mais impactantes transformações advêm das ideias mais simples. O exemplo vem do subúrbio da capital do Peru, Lima. Lá os habitantes desenvolveram a arte de ‘colher’ névoa no deserto.
Lima é a segunda maior cidade já construída em um deserto; não surpreende, portanto, que os moradores tenham desenvolvido uma técnica para escapar à falta de água. Redes verticais apanham o vapor, que, condensado, goteja para um tanque de retenção. Formada por apenas dois postes e uma rede de náilon, a engenhoca pode ser uma fonte significativa de água. Diariamente, entre 200 a 400 litros de água são coletados. Para os moradores da região periférica de Lima, a técnica é o único meio de obter água.
Nos acampamentos localizados na periferia da cidade, caminhões entregam água potável a um preço frequentemente mil vezes mais caro do que o custo da água da torneira em outras partes da capital peruana. Apesar de não ser potável, a água da névoa coletada nas redes pode ser usada para banho ou, se fervida, para cozinhar.
Abel Cruz, engenheiro industrial e presidente da organização Movimiento Peruanos Sin Agua, notou a dificuldade dos habitantes da região há 20 anos, quando se mudou para um assentamento de migrantes. Cruz debruçou-se sobre o problema de como transformar a névoa de Lima em água, e agora ele compartilha sua estratégia caseira com outros necessitados no deserto.
A reportagem completa foi publicada na National Geographic.
Nada de novo, isso já e usado no norte do Chile.