O ditador Kim Jong-un, da Coreia do Norte, está fazendo sua primeira viagem para fora do país, depois de quase quatro anos.
Para isso, Kim recorreu a um luxuoso trem, fortemente blindado e com uma decoração rebuscada. O veículo também é muito lento, informou o jornal The Washington Post.
Na Rússia, o ditador norte-coreano deverá se encontrar com o presidente Vladimir Putin. Nesta segunda-feira, 11, a mídia sul-coreana noticiou que Kim já embarcou, em uma viagem que será longa.
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Em meio às poucas informações divulgadas pelo governo norte-coreano, autoridades dos Estados Unidos afirmam que o provável encontro com Putin deverá ocorrer em Vladivostok, cidade portuária situada a pouco mais de 480 km da fronteira com a Coreia do Norte.
Na reunião, deverão ser discutidos novos carregamentos de armas, cujo objetivo seria de ajudar a Rússia na guerra contra a Ucrânia, que se estende desde 23 de fevereiro de 2022.
Depois da morte do pai, Kim Jong-il, em 2011, o atual líder norte-coreano quase não saiu de seu país. Ele se isolou do restante do mundo, principalmente durante a pandemia de covid-19.
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O estilo peculiar de Kim segue a linha de seus antecessores: seu pai, que tinha medo de voar; e seu avô, Kim Il-sung, líder da Coreia do Norte desde a fundação do país, em 1948, até sua morte, em 1994. A partir de 1972, o avô de Kim também se tornou o presidente do país.
Os três líderes da história norte-coreana tiveram como característica a preferência por viagens de trem, algo pouco comum para um governante no século 21.
Uma das exceções em relação ao atual presidente ocorreu quando ele se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2018. Para a ocasião, Kim voou em um Boeing 747, da Air China. Ele também utilizou um avião norte-coreano para a viagem em que se reuniu com o presidente da China, Xi Jinping, na cidade chinesa de Dalian, novamente em 2018.
Relatos de viajantes descrevem o luxo e a preocupação com a segurança durante o trajeto
Poucos fora da elite norte-coreana viajaram a bordo do comboio do líder norte-coreano. Pelo que se sabe, por meio de fotografias dos veículos de comunicação estatais, relatos de passageiros e relatórios de agências de inteligência, o luxo prevalece durante as viagens.
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Há imagens de salas com poltronas de couro vermelho. Por fora, os vagões são pintados de verde e amarelo. O interior é caracterizado pelo branco e brilhante, composto por longas mesas para briefings e monitores de tela plana.
Há a convicção de que os luxos não param por aí. O oficial russo Konstantin Pulikovsky fez um dos relatos mais detalhados de viagens a bordo de um comboio com o líder norte-coreano, que se tornou um livro denominado Expresso do Oriente.
Na publicação, Pulikovsky descreve um menu gourmet com alimentos variados.
“Era possível pedir qualquer prato da culinária russa, chinesa, coreana, japonesa e francesa”, escreveu Pulikovsky. Ele cita também o consumo de vinhos bordeaux e lagostas vivas. O oficial conta ainda que os passageiros foram entretidos por jovens cantoras, apresentadas como “senhoras condutoras”.
O jornal sul-coreano Chosun Ilbo, em artigo de 2009, referindo-se a relatórios de inteligência, ressaltou que o trem era composto de 90 vagões.
Alguns foram projetados até para o transporte de veículos, conforme escreveu outro diplomata russo Georgy Toloraya, que viajou com Kim Jong-il em 2001. Depois da viagem, ele escreveu que, naquele trem, foram transportados dois Mercedes blindados.
Diante do tamanho e da quantidade de vagões, o trem de Kim tem uma velocidade máxima de 50 km/h. Um trem Amtrak padrão, usado nos EUA, é formado por apenas nove vagões, mas chega a uma velocidade de 200 km/h.
Outro fator que causa a baixa velocidade do trem norte-coreano costuma ser relacionado ao seu imenso peso, por causa da blindagem extra instalada.
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Havia até lençóis blindados sob os dois vagões principais usados pelo líder norte-coreano para fins residenciais e oficiais, conforme contou Toloraya. Ele descobriu o material em meio a uma inspeção do trem de Kim Jong-il, feita por técnicos russos em 2001.
A origem dos trens é soviética. Eles passaram por muitas modificações para servir o regime norte-coreano, também envolto em mistério.
Questões de segurança, aliás, são motivo de permanentes preocupações durante os trajetos. Segundo o Chosun Ilbo, cerca de cem agentes de segurança são enviados antecipadamente às estações para varrê-las em busca de possíveis ameaças. Toda a infraestrutura do local é afetada. A energia, por exemplo, é desligada nas estações para evitar que outros trens se movam.
Não falta também apoio logístico. Aviões de transporte da Força Aérea, IL-76, de fabricação soviética, e helicópteros MI-17 fazem parte do esquema de segurança e acompanham as movimentações do trem.
Um outro trem era responsável por verificar os trilhos, por motivos de seguranças. Já o pessoal de apoio e guarda-costas era transportado em um terceiro, e último, trem da comitiva.
Com tantos cuidados, não é surpresa o fato de muitas das viagens de Kim terem sido anunciadas após seu término. E, apesar de tantas exigências, estes tipos de comboio muitas vezes são vistos como formas de viagens muito mais discretas do que as feitas por avião, mais suscetíveis a dados de seguimento e a radares.
Na Coréia do Norte é um trem, na Republica Democrática Popular do Brasil, um novo avião para abrigar o ladrão. A única diferença é o meio de transporte.
Vinhos premiados , lagostas etc. , Qualquer prato de qualquer culinária a ser escolhida ,
Isso está me lembrando de uma certa “instituição ” e não é da Coreia do norte não.
Luxo e mordomias para os dirigentes comunistas , ótimos vinhos e lagostas e carnes especiais ! Para o povo trabalhador só fome ,torturas e prisão no caso de discordar do regime !