É o que aponta um estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra
O novo coronavírus já pode ter infectado muito mais pessoas no Reino Unido do que os cientistas estimaram anteriormente —talvez até metade da população, segundo estudo da Universidade de Oxford, na Inglaterra. Se os resultados forem confirmados, significa que menos de uma em cada mil pessoas infectadas com o coronavírus fica doente a ponto de precisar de tratamento hospitalar, disse Sunetra Gupta, professora de epidemiologia teórica, que liderou o estudo. A grande maioria desenvolve sintomas muito leves ou é assintomática. O estudo foi divulgado em uma reportagem no Financial Times desta semana.
“Precisamos começar imediatamente pesquisas sorológicas em larga escala — teste de anticorpos — para avaliar em que estágio da epidemia estamos agora”, disse a professora.
A modelagem do grupo de Ecologia Evolutiva das Doenças Infecciosas de Oxford indica que o coronavírus chegou ao Reino Unido em meados de janeiro. Como muitas infecções emergentes, ela se espalhou invisivelmente por mais de um mês antes que as primeiras transmissões no Reino Unido fossem oficialmente registradas no fim de fevereiro.
A modelagem traz de volta ao foco a “imunidade de rebanho”, ou seja, a ideia de que o vírus vai parar de se espalhar a partir do momento em que pessoas suficientes se tornarem resistentes a ele porque já foram infectadas. O governo britânico, todavia, abandonou a estratégia não oficial de imunidade de rebanho depois que seus consultores científicos disseram que isso iria sobrecarregar o Serviço Nacional de Saúde britânico.
No entanto, como o estudo de Oxford ainda não foi confirmado, Sunetra acredita que o governo esteja na direção correta ao adotar medidas como o distanciamento social para reduzir o número de pessoas doentes e aliviar a pressão no sistema de saúde durante o pico da epidemia.