A direção do do jardim de infância “Anne Frank” na cidade de Tangerhuette, no Estado de Saxônia-Anhalt, anunciou nesta segunda-feira, 6, que quer mudar o nome da creche.
A diretora, Linda Schichor, explicou ao jornal alemã “Volksstimme” que a história da menina judia-holandesa deportada e assassinada pelos nazistas, cujos diários comovem o mundo há 80 anos, não é adequada para crianças.
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Segundo Schichor, seria necessário um nome “mais adequado” para a creche, pois os pais imigrantes “muitas vezes não sabem o que fazer com” o nome Anne Frank.
Entretanto, Saxônia–Anhalt é um dos Estados da Alemanha com menor número de imigrantes, sendo menos de 15% da população total, segundo os dados do governo alemão.
A diretora da escola de Tangerhuette quer um nome “sem contexto político” e propôs chamar a a escola de “descobridor do mundo”.
A decisão final ainda não foi tomada pelas autoridades locais, mas está ocorrendo desde o início do ano e conta com o apoio de pais e funcionários do jardim de infância.
Além disso, o prefeito da pequena vila de 10 mil habitantes localizada no sudoeste de Berlim, Andreas Brohm, expressou seu apoio entusiástico à ideia.
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Segundo ele, com o novo nome, o jardim de infância seria “mais aberto do que no passado” e favoreceria o “pluralismo entre as crianças”.
Para o prefeito, mesmo no meio da atual grave crise no Oriente Médio, a possibilidade de mudar o nome continua de pé.
Ele também descartou preocupações com a volta do antissemitismo na Europa.
O presidente da comunidade judaica de Magdeburg, capital de Saxônia-Anhalt, disse “lamentar” pela decisão.
A creche foi batizada de “Anne Frank” na década de 1970, quando o Estado ainda fazia parte da República Democrática Alemã, a Alemanha comunista.
Outra escola tentou cancelar o nome Anne Frank
Um episódio semelhante aconteceu há dois anos na Turíngia, outro Estado localizado na Alemanha Oriental.
Na cidade de Elxleben, uma outra creche anunciou que queria mudar o nome “Anne Frank”, explicitamente para “proteger” as crianças de conhecer o destino da menina judia.
A ideia foi rebatizá-lo de “Alce Anão”, em homenagem a uma figura popular do Carnaval local.
Neste caso, o escândalo e a enorme onda de indignação levaram o presidente da Câmara local, Heiko Koch (CDU), a recuar e vetar a mudança e manter Anne Frank no nome da escola.
Mi mi mi estúpido. Virar as costas para a história é o maior pecado dos covardes.
Mais um prefeito idiotizado.
a Alemanha, por vergonha, escondeu o holocausto de seus cidadãos por décadas. Como diz o ditado:
“Povo que não conhece a sua história, está condenado a revivê-la.”