Depois de garantir o aborto na Constituição da França, o presidente Emmanuel Macron disse neste domingo, 10, que apoia uma nova legislação sobre o fim da vida. O mandatário francês divulgou que seu governo vai apresentar em maio ao Parlamento o projeto de lei para implementar a eutanásia.
Recorrendo a um eufemismo, em entrevista ao jornal francês Liberation, Macron explicou não querer chamar a nova legislação de eutanásia nem suicídio assistido, mas, sim, de “ajuda para morrer”.
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Os argumentos de Macron
“Isso não cria, estritamente falando, um novo direito ou uma liberdade”, disse Macron, “mas traça um caminho que não existia até agora e que abre a possibilidade de solicitar assistência para morrer sob certas condições estritas.”
O presidente francês afirmou que essas condições precisariam ser cumpridas, e uma equipe médica avaliaria o caso para garantir que os critérios para a decisão estivessem corretos.
Segundo Macron, sua lei será apenas para adultos capazes de tomar a decisão e cujo prognóstico de vida esteja ameaçado a médio prazo, como em casos de câncer em estágio avançado.
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Além do paciente, membros da família também poderiam apelar da decisão.
Projeto de lei baseia-se em grupo de discussão
O governo explicou que o projeto de lei se baseia no trabalho de um grupo de 184 franceses escolhidos aleatoriamente para discutir a questão no ano passado.
O resultado revelou que 76% deles se disseram favoráveis a alguma forma de assistência para morrer por parte daqueles que desejam.
De olho no eleitor progressista
No início deste mês, uma votação esmagadora dos legisladores franceses consagrou o direito ao aborto na Constituição do país.
De olho no eleitor progressista, conforme a imprensa internacional, Macron tem buscado fortalecer sua imagem como um reformador social.
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Segundo as pesquisas, o partido de Macron, La République En Marche! (LRem), fundado por ele em 2016, está mais de 10 pontos atrás do partido da direita Rassemblement National (RN) no interesse do eleitorado.
Países vizinhos permitem eutanásia
Desde 2016, Suíça, Bélgica e Holanda, países vizinhos da França, adotaram leis que permitem a morte assistida em alguns casos.
A França havia desistido da liberação em parte sob pressão da Igreja Católica.
“Vive la république!”. ????
Para quem tornou o Aborto um direito Constitucional, legalizar o Suicídio não deve ser exatamente um problema.