Centenas de corpos surgiram numa praia na Líbia nos últimos dias. Isso aconteceu depois da passagem de uma tempestade severa sobre a região leste do país africano. As chuvas intensas provocaram a morte de mais de 11 mil pessoas. As autoridades locais estimam que outras 30 mil pessoas seguem desaparecidas.
De acordo com a Cruz Vermelha — chamada de Crescente Vermelho nos países de maioria islâmica —, os corpos estão sendo arrastados pela força da maré, e começaram a aparecer nas areias das praias localizadas na cidade de Derna, a que mais sofreu com as tempestades.
Bilal Sablouh, gerente regional de perícia da Cruz Vermelha para o continente africano, disse: “Em apenas duas horas, um dos meus colegas contou mais de 200 corpos na praia nas proximidades de Derna. Os corpos estão espalhados pelas ruas, sendo levados para a costa e enterrados sob edifícios desabados e escombros”.
Mais de 11 mil mortos
Na região afetada pelas enchentes, a Cruz Vermelha comanda a maior parte das operações de busca. Segundo a ONG, o número total de mortos ultrapassou os 11 mil. Porém, outras 10 mil pessoas continuam desaparecidas somente na região de Derna, principal cidade afetada pela destruição das barragens e alagamentos na região central do município.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) teve de apelar para que os enterros na região fossem melhor geridos. Isso depois que mais de mil pessoas foram enterradas em valas comuns na cidade.
Kazunobu Kojima, médico responsável pela biossegurança e bioproteção do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, disse: “Nós pedimos às autoridades das comunidades afetadas pela tragédia que não se apressem com enterros ou cremações em massa”.
Corpos nas ruas
As autoridades locais, porém, não estão conseguindo dar vazão à quantidade de corpos que são encontrados espalhados pelas ruas da cidade. Na sexta-feira 15, a Cruz Vermelha enviou um voo de carga contento mais de 5 mil sacos para cadáveres a Benghazi, a maior cidade do leste da Líbia.
Martin Griffiths, chefe de Ajuda Humanitária da ONU, afirmou que o país africano afetado pelas chuvas precisava de equipamentos para encontrar pessoas presas na lama e sob edifícios danificados depois das inundações.