Depois de protestos contra o lockdown na China, o governo reforçou a segurança de Xangai e Pequim nesta segunda-feira, 28. A onda de manifestações é contra a política da “covid zero” adotada pelo país para conter os casos da doença, informou a agência de notícia Reuters.
Nas duas cidades, a polícia realizou uma série de patrulhas no fim de semana. Ainda não há registros de protestos. Em Xangai, cerca de 300 manifestantes saíram às ruas contra os lockdowns e o secretário-geral do Partido Comunista da China, Xi Jinping.
Outros protestos contra o isolamento social foram registrados em Pequim, Chengdu, Chongquing, Nanjing, Urumqi e Korla. A agitação chegou às ruas na noite de sábado, depois de a notícia de um incêndio num prédio residencial em Urumqi ter provocado a morte de dez pessoas e ferido outras nove.
Segundo moradores da região, muitos moradores do prédio não conseguiram escapar a tempo, visto que a construção estava parcialmente trancada.
Protestos são raros na China, onde a repressão aos dissidentes se intensificou na última década. É quase inédito existirem manifestações simultâneas em várias cidades, exceto as nacionalistas, como os atos antijaponeses.
Desde os protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989, o partido chinês reprime tais acontecimentos com violência.
O governo chinês tem adotado diversas medidas rigorosas para conter o novo coronavírus, confinando bairros e cidades inteiras para evitar a transmissão da doença. Segundo a China, a política visa zerar os casos da covid-19.
Nas últimas 24 horas, o país registrou um novo recorde com 40 novos casos. Contudo, nenhuma morte por covid-19 foi registrada, de acordo com a agência de notícias chinesa Xinhua.