Deputado George Santos, filho de brasileiros, permanece no Congresso dos EUA

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos decidiu nesta quarta-feira, 1º, não cassar o congressista George Santos, de 35 anos, filho de brasileiros.

Para que ele fosse deposto, dois terços dos deputados deveriam aprovar a medida, o que corresponde a 290 votos.

Porém, 213 votaram contra a cassação, 179 foram a favor e 19 se abstiveram.

Na Câmara, o deputado republicano Anthony D’Esposito, colega de partido de Santos, apresentou no dia 26 de outubro, uma proposta para expulsá-lo do Congresso.

“George Santos não está apto a servir a seus eleitores como deputado dos Estados Unidos”, afirmou.

Apesar da vitória nesta quarta-feira, 1º, devem surgir novas propostas para cassar o mandato de Santos.

Mais pedidos de cassação

O comitê de ética da Casa está preparando um relatório sobre as acusações que foram feitas ao deputado, que deverá ser apresentado no dia 17 de novembro, e podem surgir novos pedidos de expulsão.

A Comissão de Ética da Câmara iniciou uma investigação sobre Santos em fevereiro e ainda não divulgou qualquer determinação ou conclusão.

Mas os líderes do painel disseram na terça-feira 31 que o comitê vai anunciar um relatório apresentado no dia 17 de novembro, e podem surgir novos pedidos de expulsão.

Acusações contra George Santos

Membros do seu partido procuraram se distanciar de Santos, que admitiu ter mentido para os eleitores, inventando grande parte de sua história de vida.

Ele também mentiu sobre suas credenciais universitárias e experiência de trabalho. Apesar disso, o congressista se recusou a renunciar quando os fatos vieram à tona.

Na semana passada, Santos se declarou inocente das acusações de 23 crimes pela Justiça norte-americana.

As acusações incluem lavagem de dinheiro para usar verba da campanha e gastos pessoais, ter recebido ilegalmente dinheiro de seguro desemprego e ter cobrado dinheiro do cartão de crédito de doadores de campanha sem o consentimento deles.

Em maio, Santos foi acusado de fraude e lavagem de dinheiro. O congressista teve que pagar uma fiança de US$ 500 mil (quase 2,5 milhões) para não ser preso enquanto aguarda a tramitação do processo.

Também em maio, Santos confessou ter cometido crime de estelionato no Brasil e fechou acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Rio de Janeiro.