No Chile, os candidatos da direita, José Antonio Kast, e da esquerda, Gabriel Boric, disputarão o segundo turno das eleições presidenciais. Com mais de 99% dos votos apurados, o cenário para a disputa final pela presidência do país está consolidado. O segundo turno acontece no dia 19 de dezembro.
Até este momento, Kast lidera o primeiro turno do pleito no Chile, com quase 28% dos votos, enquanto Boric aparece com cerca de 26%. Para ser eleito já no primeiro turno, um dos candidatos precisaria ter ultrapassado a marca dos 50% dos votos válidos.
O terceiro colocado é Franco Parisi, que passou toda a campanha nos Estados Unidos, onde vive. Em quarto, está Sebastián Sichel, seguido pela senadora Yasna Provoste.
Como noticiado por Oeste, esta foi a primeira eleição no Chile que não contou com a participação do atual presidente, Sebastián Piñera (de centro-direita), nem de sua antecessora no cargo, Michelle Bachelet (de centro-esquerda).
Piñera, que escapou recentemente de um processo de impeachment instaurado no Congresso, sofre com uma elevada rejeição. Bachelet, por sua vez, ocupa hoje o cargo de comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos.
O voto não é obrigatório na eleição chilena. Nos dois últimos pleitos presidenciais, a participação popular não passou de 50% dos eleitores. Em 2017, quando Piñera foi eleito, somente 46% dos chilenos votaram no primeiro turno e 48% no segundo.
Ascensão da direita no Chile
Conservador, Kast é um advogado de 55 anos. Ele mostra simpatia pela ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
Em seu programa presidencial, propõe diminuir a presença do Estado nas instituições, reduzir impostos, privatizar empresas estatais e eliminar o Ministério da Mulher e da Equidade de Gênero.
Kast já fez elogios ao ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e ao presidente Jair Bolsonaro, com quem se encontrou pessoalmente em 2018, no Rio de Janeiro.
Gabriel Boric
O deputado esquerdista concorre em uma aliança entre a Frente Ampla e o Partido Comunista do Chile. Aos 35 anos, idade mínima para ser presidente do país, ele projetou sua carreira política a partir do movimento estudantil.
A articulação de sua candidatura se desenhou como continuidade das mobilizações para a implantação de uma nova Constituição no Chile. A redação da nova Carta Magna deverá ser concluída até outubro de 2022.
Como pode um presidente de um país ser eleito por 28%x46% = 13% dos eleitores, em números redondos?