Ditadura cubana premia com ‘cesta básica’ boxeador que ganhou medalha de ouro em competição

Rivani Lopes Negreiros 15 ago 2021 às 11:12

Sobre Cuba
Tenho visto vídeos e falas sobre Cuba e sempre apontando um lado negativo do país.
Não vou copiar nenhum vídeo para postar, embora tenha muitos, mostrando a situação do país.
Vou fazer algo que não costumo fazer, dar um depoimento:
Entre 2004 e 2018, estive 12 vezes em Cuba, muitas delas, permanecendo por lá por 50 a 60 dias.
Hospedei em hotéis diversificados, a começar pelo belíssimo Hotel Nacional em Havana, Hotel Canimao em Matanzas, Hotel Velasco em Matanzas, Hotel Islazul em Varadero, no motelito da Universidad Camilo Cienfuegos de Matanzas e também em casa particular em Matanzas.
Sempre bem recebida e bem tratada.
Cuba, como qualquer outro país do mundo, tem avanços, tem desafios e tem problemas.
Tem pessoas que avançam financeiramente mais do que outras. A diferença, é que existe uma igualdade de oportunidade para todos, mas nem todos têm a mesma disposição ou as mesmas habilidades para as conquistas financeiras.
Cuba tem muitas dificuldades com a alimentação, é uma ilha, o solo é pouco produtivo e o embargo não é brincadeira.
As tendas Pan Americanas oferecem produtos importados de alguns países como:
Brasil: frango e uns biscoitos de doce; Portugal: conservas e óleo de cozinha; Espanha: alguns enlatados como atum, leite vaporizado e outros; Canadá: carne e papel; Itália: roupas; China: eletrônicos.
Citei aqui, somente o que eu comumente comprava nas tendas.
Entenda que, o que Cuba não consegue negociar é porque o embargo dos Estados unidos não permite.
A educação é para todos e, diga-se de passagem, com excelência.
Esporte: praticam muito, gostam e tem o apoio do Estado, mas realmente, não tem uma remuneração elevada como ocorre em outros países do mundo, inclusive, com o Brasil. Os atletas recebem um salário um pouco melhor que os demais trabalhadores e muitas vezes recebem premiações extras, normalmente uma casa, para aquele que ainda não tem.
Conheci Lázaro Blanco, o melhor arremessador do beisebol cubano e que se desertou a pouco tempo para os Estados Unidos. Lázaro estava com sua delegação no mesmo hotel que eu estava hospedada, num ano em que foi campeão nacional. Apaixonado por Cuba, pelo beisebol, por Granma, seu time e sua província, mas, viu em Miame uma possibilidade de melhorar economicamente sua vida, e por lá ficou.
Não vou falar de Lázaro, e de outros desertores, pois, tenho inúmeros parentes e amigos, que, pelo México, atravessaram o deserto, nadaram por rios, que mais parecem esgotos, sofreram pressão de “coiotes” e hoje, não porque não gostam do Brasil, ao contrario, amam, mas por questões econômicas estão nos Estados Unidos. Isso sem contar a quantidade de parentes e amigos que foram e permaneceram em diversos países da Europa.
Falo sobre Cuba com muita propriedade, sou uma Brasileira de corpo e alma, e mais, sou uma Mineira, uma Mucuriense intensa, mas que fui e gostei muito de Nova Yorque, fui a Orlando, conheci a Disney, achei tudo muito bacana, mas, sinceramente, Cuba é um país, que além do Brasil, carrego no coração, povo inteligente, desafiador, criativo e, como tenho companheiros por lá… povo bom, ilha linda…cabarés encantadores… Cuba segue na luta para mostrar ao mundo que país nenhum precisa ser subserviente a outro…. basta ter coragem de assumir a sua identidade e… “prá frente é que anda”
PS: Antes de falar mal de Cuba, que olhe para o próprio umbigo.
Texto de Rivani Lopes Negreiros – Agosto de 2021.