As doações para a Universidade Harvard tiveram a maior queda dos últimos nove anos, em meio à revolta de ex-alunos com a maneira como a faculdade lidou com o antissemitismo no campus.
As doações em dinheiro caíram 15% e chegaram a menos de US$ 1,2 bilhão no período entre julho de 2023 a junho de 2024, segundo relatório financeiro divulgado por Harvard nesta quinta-feira, 17.
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Alguns dos maiores doadores, o que inclui os bilionários Len Blavatnik e Ken Griffin, pausaram suas doações para sua alma mater no último ano, bem como outros ex-alunos com menos recursos.
O fundo de doações de Harvard compensou parte da queda, à medida que a universidade mais antiga e rica dos EUA lidou com o impacto financeiro do ano mais tumultuado em décadas nos campi norte-americanos.
O fundo, agora avaliado em US$ 53,2 bilhões, registrou um retorno de investimento de 9,6%, o melhor em três anos, como diz a diretora financeira Ritu Kalra. Ela alertou que as futuras despesas precisarão ser controladas, já que o aumento dos custos superou o crescimento das receitas.
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“O ritmo dos nossos gastos recentes destaca a necessidade de prudência daqui para frente”, disse Kalra em um artigo sobre as finanças de Harvard. “Embora tenha sido intencional no curto prazo, não será sustentável sem um crescimento correspondente nas receitas a longo prazo.”
O principal impulsionador do aumento de gastos foi o aumento dos custos com remunerações. As despesas operacionais cresceram 9%, em comparação com um aumento de 6% nas receitas operacionais, o que marcou o segundo ano consecutivo em que os custos cresceram mais rapidamente. Ainda assim, a universidade encerrou o ano fiscal com um superávit de US$ 45,3 milhões.
Harvard sofre onda de antissemitismo
Como outras faculdades norte-americanas, a instituição localizada em Cambridge, Massachusetts, tem enfrentado turbulências desde o ataque do grupo terrorista Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
A ex-presidente de Harvard, Claudine Gay, demorou para condenar os comentários de grupos estudantis que responsabilizavam exclusivamente Israel pelo ataque do Hamas. Gay renunciou em janeiro, depois de alegações de plágio em sua carreira acadêmica.
Desde sua saída, a forma como Harvard lida com o antissemitismo no campus segue alvo de discussão por parte de legisladores e da comunidade universitária. O atual presidente de Harvard, Alan Garber, tem se reunido com doadores e ex-alunos em um esforço para reparar os danos.
Ele disse ao jornal estudantil este mês que ficou desapontado com os resultados da arrecadação de fundos no último ano, mas expressou esperança de “melhorias no futuro”. A arrecadação de doações deste ano foi a mais baixa desde o ano fiscal de 2015, quando Harvard levantou pouco mais de US$ 1 bilhão.
Leia também: “A insuportável hipocrisia dos grupos ‘pró-Palestina'”, artigo de Brendan O’Neill, da Spiked, publicado na Edição 212 da Revista Oeste
Estudantes desmiolados dá nisso.
Não são Palestinos que financiam Harvard…