A dúvida sobre a morte do líder militar do Hamas, Mohammed Deif, 58 anos, pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) permanece. A confirmação ou não pode ser determinante para o andamento da incursão israelense na Faixa de Gaza.
Oficiais israelenses, entre eles Ronen Bar, chefe do Shin Bet (agência de segurança), e o major-general Yaron Finkleman, comandante sul das FDI, sugeriram que Deif foi morto depois do ataque aéreo em Al-Mawasi, um campo a oeste da cidade de Khan Younis, segundo o The Jerusalem Post.
O chefe do Estado-Maior das FDI, tenente-general Herzi Halevi, também era esperado para fazer uma declaração pública sobre o ataque. Detalhes vazados do Shin Bet confirmaram que Deif, um dos terroristas mais procurados por Israel, estava no local do ataque. De acordo com a agência de segurança israelense, o tamanho da munição usada indicava a impossibilidade de sua sobrevivência.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Para alguns analistas israelenses, Deif saiu dos túneis devido a problemas de saúde ou acreditando que negociações de reféns lhe dariam imunidade temporária. Além disso, a inteligência visual antes, durante e após o ataque não indicou que Deif tivesse escapado.
Não há corpo identificado, no entanto. O Hamas negou repetidamente que Deif tenha morrido. A questão da morte ou não do líder é crucial para o estado de ânimo do grupo terrorista. Caso ele tenha sobrevivido, será a oitava vez que ele escapa de um ataque das FDI.
Fontes militares israelenses acreditam que a negação por parte do Hamas pode ser um sinal de constrangimento em um momento crítico de negociações de reféns e cessar-fogo.
De acordo com o Post, o Hamas publicou uma mensagem ambígua, com alguns membros indicando que a “agressão” de Israel interromperia as negociações, enquanto outros iam em direção contrária. Para o ex-chefe de análise de inteligência das FDI, Yossi Kuperwasser, a eliminação de Deif teria um impacto estratégico maior do que a de outros líderes terroristas.
Kuperwasser observou que, embora muitos líderes terroristas sejam substituídos, a perda de Deif teria maior peso. O Hamas, afinal, está com suas forças combalidas em Gaza. A importância de Deif é a de ser uma referência para a continuidade da luta e para o treinamento de uma nova geração de comandantes. A maior preocupação do Hamas é impedir que Israel alcance seu objetivo de destruir a estrutura militar do grupo terrorista.
Perda de contingente do Hamas
Desde o ataque de 7 de outubro, o Hamas organizou Gaza em 24 batalhões distintos. Foi então perdendo seu contingente, com a morte de 60% a 80% de seus combatentes e muitos de seus principais comandantes.
“Sem Deif, o Hamas pode não ter um estrategista experiente para liderar a reconstrução de suas forças”, afirma o colunista Yonah Jeremy Bob.
Caso Deif esteja morto, Mohammed Sinwar, irmão do chefe-geral de Gaza, Yahya Sinwar, pode assumir o comando, mas não é visto como tão talentoso. O Hamas está em uma encruzilhada, de acordo com integrantes das FDI.
Mais de 10 dias depois do ataque, a morte de Deif não está confirmada. Se ele realmente tiver sido eliminado, o grupo poderá deixar de representar uma ameaça significativa a Israel. E um acordo para a liberação dos reféns, então, ficaria mais próximo, conforme acredita Tamir Hayman, ex-chefe de inteligência das FDI.
O Hamas deve é tem que ser destruído! E se civis morrerem no processo, que sirva de lição aos Palestinos por não terem eles mesmos expulsado esse grupo que só trouxe miséria e destruição à Faixa de Gaza.
Se foi, já foi tarde.