As eleições na Argentina contarão com um segundo turno para definir quem será o próximo presidente do país. Vivo na disputa, o candidato Javier Milei externou o objetivo central de sua campanha: “acabar com o kirchnerismo”.
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“Dois terços dos argentinos votaram pela mudança”, disse Milei, deputado que se assume como um político liberal — e que trava luta contra a esquerda. “Agora limpe a lousa, embaralhe e dê novamente com o objetivo de acabar com o kirchnerismo.”
A fala de Milei em relação do desejo de mudança do governo se deve aos números do primeiro turno do pleito, que ocorreu no domingo 22. Na segunda colocação, ele, do La Libertad Avanza, alcançou 29,9% dos votos. A também oposicionista Patricia Bullrich, da coalizão de centro-direita Juntos por El Cambio, contou com 23,8%. Os nanicos Juan Schiaretti e Myriam Bregman obtiveram 6,7% e 2,7% dos votos, respectivamente. Na soma, a votação das quatro candidaturas de oposição ao atual governo contabilizou cerca de dois terços.
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No segundo turno das eleições na Argentina, Milei vai enfrentar justamente o representante do que ele classifica como “kirchnerismo”. Atual ministro da Economia, Sergio Massa foi o mais bem votado na primeira parte da disputa. O esquerdista, do Unión por la Patria, foi a escolha de 36,6% dos eleitores argentinos.
Eleições na Argentina: o “kirchnerismo” criticado por Javier Milei
O “kirchnerismo” citado por Milei refere-se à vertente esquerdista, populista e assistencialista que chegou ao poder central da Argentina em 2003. Naquele ano, o então governador da Província de Santa Cruz, Néstor Kirchner (1950-2010), foi eleito presidente. Ele permaneceu no cargo por quatro anos.
Idealizador do chamado “kirchnerismo”, Néstor articulou a candidatura de sua mulher, Cristina Kirchner, para a sucessão presidencial. A então primeira-dama foi eleita em 2007 e, quatro anos depois, foi reeleita. Dessa forma, deixou a Casa Rosada somente no fim de 2015.
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Desde 2003, o único período em que a Argentina não esteve sob influência direta de integrantes do “kirchnerismo” foi de dezembro de 2015 a dezembro de 2019. Durante esses quatro anos, o presidente foi Mauricio Macri, da centro-direita.
Macri, contudo, não conseguiu se reeleger. Nas eleições de 2019, o esquerdista Alberto Fernández venceu logo no primeiro turno. O que acabou por representar a volta do chamado “kirchnerismo” ao poder. Isso porque Fernández teve como vice-presidente Cristina Kirchner.
Para seguir à frente do governo central do país sul-americano, Massa, o atual representante do “kirchnerismo”, terá de explicar, durante a campanha do segundo turno das eleições na Argentina, os problemas socioeconômicos que assolam o país. A saber, os argentinos lidam com inflação anual superior a 100%. Além disso, o peso é uma das moedas com mais desvalorização no mundo. Por fim, levantamentos indicam cerca de 40% da população local convivendo na miséria.
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Os Argentinos que ainda votam no Peronismo ou Kishnerismos são uma manada de cegos.
Massa de manobra como as minhocas no anzol.