Mujica critica o peronismo e a esquerda da Argentina

O ex-presidente do Uruguai José Mujica, de 88 anos, não poupou a esquerda argentina de críticas. Em recente fala a jornalistas, ele demonstrou espanto com o atual ministro da Economia argentina, Sergio Massa, ser o candidato do peronismo à presidência do país.

Mujica, que é assumidamente de esquerda e hoje atua como uma das lideranças da oposição ao governo de Luis Lacalle Pou, disse que, pela crise que a Argentina enfrenta, não haveria uma explicação lógica para a esquerda fazer justamente do homem-forte da Economia seu presidenciável.

“Há uma economia para o resto do mundo e há outra para a Argentina”, começou Mujica. “A Argentina é uma coisa indecifrável. Porque é uma país que tem uma mitologia. Como se explica que o ministro da Economia, com uma inflação como tem a Argentina, tente chegar à presidência?”

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Na sequência, o ex-presidente uruguaio falou o que pensa a respeito do peronismo. De acordo com ele, a esquerda da Argentina tem “respaldo em uma coisa que se chama peronismo, esse animal existe”. “É uma mitologia que tem o povo argentino.”

A afirmação de Mujica aconteceu na semana passada, conforme a agência de notícias EFE. Na ocasião, o líder da esquerda uruguaia participou de evento em celebração ao Dia da Indústria e Construção.

Mujica ressaltou que suas palavras não eram para dar a entender que Massa vá vencer as eleições. Ele afirmou, contudo, que o ministro da Economia tem chances de ter êxito na disputa eleitoral. “Não estou insinuando, mas que tem possibilidades, tem.”

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Argentinos vão às urnas neste domingo

Com a esquerda sob críticas do ex-presidente do Uruguai, a Argentina realiza neste domingo, 22, o primeiro turno da disputa pela presidência. Além de Massa, que foi alvo de Mujica, o deputado liberal Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, e a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich, do Juntos por el Cambio, surgem na briga pela disputa das duas vagas para um eventual segundo turno.

Milei, que venceu as prévias de agosto, aparece na liderança em pesquisas eleitorais. Se alcançar mais de 40% dos votos válidos e abrir diferença superior a dez pontos percentuais do segundo colocado, ele será declarado presidente eleito já no primeiro turno.

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