Cinquenta opositores do Partido Comunista da China (PCC) foram presos nesta quarta-feira, 6, em Hong Kong. As autoridades enquadraram o grupo na polêmica “lei de segurança nacional”, aprovada ano passado pelo PCC. Até o momento, é a maior operação contra desafetos da ditadura de Pequim. Entre os alvos estão ex-parlamentares pró-democracia, como James To, Andrew Wan e Lam Cheuk Ting, a jornalista Gwyneth Ho, de 30 anos, e a vereadora Tiffany Yuen, de 27. A polícia de Hong Kong não esclareceu os motivos das detenções.
A ONG Humans Rights Watch emitiu nota condenando as prisões: “Milhões de habitantes de Hong Kong persistirão em sua luta para votar e se candidatar a um governo democraticamente eleito”. A operação ocorre poucos dias depois de a China e a União Europeia (UE) assinarem um acordo bilateral histórico. Para a UE, o bloco “arrancou” concessões de Pequim na área de direitos humanos. Também chega em um dia em que a atenção norte-americana está voltada para o segundo turno das eleições no Estado da Geórgia.
A oposição garante que o ato de hoje está relacionado às primárias organizadas por partidos pró-democracia, no ano passado. Mais de 600 mil cidadãos de Hong Kong votaram nessas primárias não oficiais, que tinham o objetivo de escolher candidatos para as eleições legislativas do território, em uma assembleia em que apenas metade dos 70 assentos são eleitos pelo povo (os demais são indicados pelo PCC). À época, a ditadura chinesa alegou que fazer campanha por uma maioria no parlamento era “subversão da democracia”.
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