O embaixador de Mianmar no Reino Unido, Kyaw Zwar Minn, foi impedido de entrar na embaixada do país por aliados da junta militar que promoveu um golpe de Estado no início de fevereiro deste ano, informam as agências internacionais. Partidário da líder civil deposta Aung San Suu Kyi, o diplomata ficou do lado de fora, após inúmeras tentativas frustradas de negociação. Ele passou a noite em seu carro, em frente à embaixada, em uma espécie de “vigília”.
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Em um comunicado, o governo militar anunciou que Zwar Minn foi convocado a retornar a Mianmar e que seu mandato como representante diplomático em Londres havia se encerrado na quarta-feira 7. O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que aceitará a decisão do governo de Mianmar.
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Por outro lado, o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, afirmou em uma publicação nas redes sociais que condena “os atos de intimidação do regime militar de Mianmar em Londres”. Raab destacou a “coragem” do embaixador birmanês e fez um apelo pelo fim da “espantosa violência” e pelo retorno “rápido da democracia” no país.
O Reino Unido anunciou sanções contra vários funcionários da junta militar que deu o golpe em Minmar, incluindo o comandante Min Aung Hlaing. Como noticiamos, a Organização das Nações Unidas (ONU) também denunciou o morticínio promovido pelas forças de segurança. O relator especial da ONU para os direitos humanos, Tom Andrews, disse que é hora de “uma ação robusta e coordenada”, já que “palavras não são suficientes” para proteger a vida das pessoas. “Palavras de condenação ou preocupação estão francamente soando vazias para o povo de Mianmar, enquanto a junta militar comete assassinatos em massa contra eles”, disse o porta-voz. “O povo de Mianmar precisa do apoio mundial”, concluiu.
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