A Organização das Nações Unidas (ONU) informou que, desde o ressurgimento da cólera no Haiti, em outubro, 283 pessoas morreram em razão da doença e outras 12 mil foram hospitalizadas.
“A epidemia de cólera continua sendo uma preocupação para o país e para nós. O número de casos continua aumentando”, declarou a coordenadora humanitária da ONU para o Haiti, Ulrika Richardson, em uma entrevista coletiva. Em meados de novembro, o balanço do país mostrava 161 mortos e cerca de 7,5 mil hospitalizados.
O ritmo de crescimento preocupa a ONU, que, no mês passado, solicitou US$ 146 milhões (R$ 763 milhões) para enfrentar a epidemia, mas até agora as promessas de doações chegaram a apenas 16% da meta, o equivalente a US$ 23,5 milhões.
Além da doença, a violência e a fome são crescentes no país. Metade dos haitianos não tem alimentos suficientes, segundo a ONU, que prepara um plano para 2023 avaliado em US$ 719 milhões, quase o dobro de 2022.
No fim de outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou provisoriamente o esquema vacinal contra a cólera, de duas para apenas uma dose, para enfrentar a escassez de vacinas. O surto “sem precedentes” da doença já atinge 30 países. Nos últimos cinco anos, menos de 20 países em média notificaram surtos de cólera.
A cólera é causada pela bactéria Vibrio cholerae. A toxina altera o fluxo normal de sódio e cloreto do corpo e faz com que o organismo secrete água em grandes quantidades, na forma de diarreia e vômitos. As complicações decorrem do esgotamento do corpo.
A transmissão é por meio da água e dos alimentos contaminados. Embora grave, a doença pode ser curada, desde que o tratamento seja precoce.
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