Milhares de manifestantes tomaram as ruas em várias cidades da França neste sábado, 7, para expressar descontentamento com a escolha de um político de direita, feita por Emmanuel Macron, para o cargo de primeiro-ministro.
Macron nomeou Michel Barnier, abertamente de centro-direita e ex-negociador do Brexit, na quinta-feira 5, encerrando uma busca de dois meses depois de uma tentativa fracassada de convocar novas eleições legislativas, que resultou em um parlamento dividido.
Em sua primeira entrevista como chefe de governo, Barnier afirmou que seu gabinete, sem uma maioria clara, incluirá conservadores, aliados de Macron e, possivelmente, alguns membros da esquerda.
Barnier enfrenta o desafio significativo de implementar reformas e aprovar o orçamento para 2025, enquanto a França está pressionada pela Comissão Europeia e pelo mercado financeiro para reduzir seu déficit.
Reações da esquerda à nomeação de Barnier
A esquerda, liderada pelo partido França Insubmissa (LFI), acusou Macron de “golpe de Estado” e “subversão da democracia” ao não optar pelo candidato da Nova Frente Popular (NFP), que venceu nas eleições de julho.
Segundo uma pesquisa do instituto Elabe divulgada na sexta-feira 74% dos franceses acreditam que Macron desconsiderou os resultados das eleições, e 55% acham que ele as manipulou.
Em resposta à nomeação de Barnier, cujo partido Les Républicains é o quinto maior bloco no parlamento, líderes de esquerda, sindicatos e organizações estudantis organizaram protestos em massa e planejam novas ações, incluindo possíveis greves em 1º de outubro. O LFI informou que 130 manifestações ocorreriam em todo o país.
Barnier seguia com as consultas neste sábado para formar seu governo, enfrentando uma potencial votação de desconfiança, especialmente com a discussão urgente do orçamento para 2025 no início de outubro. A NFP e o partido de direita Reunião Nacional (RN) juntos têm a maioria no parlamento e podem destituir Barnier se colaborarem.
O RN sinalizou apoio condicionado para Barnier, destacando uma série de exigências para não apoiar uma votação de desconfiança, tornando-se crucial para a estabilidade do novo governo. “Ele é um primeiro-ministro sob vigilância”, afirmou Jordan Bardella, líder do RN, ao canal de TV BFM no sábado. “Nada pode ser feito sem nós.”
Quem é Michel Barnier, premiê de direita nomeado por Macron
Michel Barnier, ex-negociador-chefe do Brexit pela União Europeia, foi nomeado primeiro-ministro da França aos 73 anos.
Com uma longa carreira política, Barnier já ocupou cargos importantes como ministro das Relações Exteriores e da Agricultura, além de ter sido comissário europeu. Ele é membro do partido conservador Les Républicains e defensor de políticas pró-europeias.
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A esquerda fazendo esquerdice. Se e competência do presidente escolhe o Premier, ele resolve escolher alguém da direita, onde está o golpe aí?
A França é melhor com o comando de direita e ponto final…!