O governo dos Estados Unidos (EUA) proibiu nesta terça-feira, 12, voos que tenham como destino o Haiti partindo do território norte-americano. A restrição compreende o prazo inicial de 30 dias. A determinação resulta de incidentes com três aviões comerciais. Disparos de arma de fogo atingiram as aeronaves na capital Porto Príncipe.
A ocorrência é mais um reflexo do caos existente no país caribenho, que registra uma onda de violência com patrocínio de organizações criminosas. Além disso, a região vive profunda tensão política. Em menos de cinco meses, o país nomeou o seu segundo primeiro-ministro.
EUA comprovam ataques em inspeção técnica
O órgão regulador aéreo dos Estados Unidos anunciou a decisão logo depois que um avião da Spirit Airlines, companhia de baixo custo, foi alvo de disparos durante procedimento de pouso no aeroporto internacional da maior cidade do Haiti.
Uma comissária de bordo sofreu ferimentos leves. Conforme imagens que circulam nas redes sociais, a cabine da aeronave ficou com diversas marcas de tiros. As tripulações de dois aviões – um da companhia JetBlue e outro da American Airlines – também relataram o ataque e confirmaram as avarias por meio de inspeção técnica posterior.
O conselho presidencial de transição do Haiti condenou nesta terça, 13, os disparos contra os aviões, bem como as ofensivas contra a população civil nas últimas 48 horas. Os ataques aos aviões coincidem com o aumento da atividade de grupos criminosos, que controlam mais de 80% da capital, assim como as principais rodovias do país.
Bairros de Porto Príncipe voltaram a registrar tiroteios. Várias escolas da capital e o aeroporto permaneceram fechados. Funcionários do aeroporto dizem que só voltarão a trabalhar na próxima semana, desde que a situação esteja sob controle.
A mudança de primeiro-ministro abre um novo período de incertezas na nação caribenha, que não organiza eleições desde 2016 e não teve nenhum líder eleito desde que assassinaram o presidente Jovenel Moise, em 2021.
Nesse contexto, os Estados Unidos pediram aos atuais líderes do Haiti que garantam a credibilidade do seu trabalho, colocando-o acima dos interesses pessoais.
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