Ele disse que “é imperativo” um governo que surja da vontade popular expressa nas urnas
Carlos Mesa, ex-presidente da Bolívia e candidato à presidência, pediu nesta segunda-feira, 4, ao governo transitório que promova um “acordo nacional” para definir a data das próximas eleições.
Ele escreveu uma carta à presidente interina, Jeanine Áñez, que assumiu o governo depois da renúncia de Evo Morales.
Segundo Mesa, a Bolívia sofre “as consequências de uma crise política e institucional severa, resultado da anulação das eleições de outubro passado”.
As novas eleições chegaram a ser marcadas para 3 de maio, mas foram adiadas por tempo indefinido por causa da pandemia de coronavírus.
De acordo com a France-Presse, ante o clima de polarização recente, o centrista Mesa considerou “imprescindível um diálogo o quanto antes, que pavimente um acordo nacional que defina políticas de Estado que todos assumamos o compromisso de respaldar”.
Presidenta @JeanineAnez, le solicito formalmente que convoque usted a la brevedad posible a un diálogo que desemboque en un acuerdo nacional, para enfrentar la crisis generada por el COVID19, y donde se definan políticas de Estado que todos nos comprometamos a respaldar. pic.twitter.com/DBx3XMKAye
— Carlos D. Mesa Gisbert (@carlosdmesag) May 4, 2020
Nos últimos dias, surgiu uma disputa entre o Movimento ao Socialismo – partido de Morales, refugiado na Argentina – e o governo interino de Jeanine Áñez, candidata nas próximas eleições.
A disputa ganhou força no fim de semana, depois que o Congresso boliviano, controlado pelo MAS, aprovou uma lei que convoca eleições para renovar o Executivo e Legislativo em um prazo de 90 dias, que Jeanine se negou a validar.
Uma pesquisa realizada em março situou o candidato do partido de Morales, Luis Arce, com 33,3% das intenções de voto, seguido de Mesa (18,3%) e Jeanine (16,9%).
A Bolívia contabiliza 1.594 casos do novo coronavírus e 76 mortos.