Dmytro Loubinets, comissário de Direitos Humanos do Parlamento ucraniano, divulgou na quinta-feira, 15, um relatório no qual revela a existência de diversos locais usados como prisões improvisadas e centros de tortura pelo Exército russo.
Na cidade de Kherson, retomada no mês passado pela Ucrânia, crianças eram separadas dos adultos e mantidas em cárcere. Elas sofriam maus tratos físicos e psicológicos. Dez salas foram encontradas — em uma delas, havia uma ala separada conhecida como “cela das crianças”.
Nesse espaço, os menores eram privados de água e alimentos. As condições eram precárias. Segundo Loubinets, havia apenas uma tapete no chão. A comissão ucraniana obteve vários depoimentos que fortaleceram as denúncias.
Os documentos com os testemunhos ainda não foram oficialmente divulgados, mas a comissão, com base em informações coletadas dos jovens libertados, apura a existência de campos semelhantes na região de Lugansk.
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O exército russo é acusado de outros crimes de guerra, como massacres e execuções sumárias de civis. Vídeos divulgados em maio deste ano mostram que, na cidade ucraniana de Bucha, pelo menos 400 civis foram mortos por militares da Rússia. Também foram encontradas valas coletivas e corpos espalhados pelo chão.
Segundo a Convenção de Genebra, execução sumária de qualquer indivíduo, seja civil ou de combatente inimigo, é um crime de guerra. Autoridades russas dizem que as acusações de massacres em Bucha são “provocações e fake news“.