A Guarda Costeira das Filipinas afirmou que realizou uma “operação especial” para remover uma barreira flutuante instalada pela China, nas proximidades de uma área de águas rasas disputada por Pequim no Mar do Sul da China. A retirada foi realizada nessa segunda-feira 25.
A barreira flutuante foi implantada pelo governo chinês para impedir que barcos filipinos pescassem na região.
Autoridades das filipinas afirmaram no domingo 24 que três barcos da Guarda Costeira chinesa e um barco de serviço da milícia marítima da China instalaram uma barreira de 300 metros de comprimento sustentada por boias brancas, perto de Scarborough Shoal.
A iniciativa foi feita depois da chegada de um navio do governo das Filipinas à área, que fica a 200 quilômetros a oeste da ilha filipina de Luzon.
“A barreira representava um perigo para a navegação, uma clara violação do direito internacional”, disse a guarda costeira filipina em comunicado oficial.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Wenbin, disse que já havia defendido a instalação da barreira flutuante. Ele também afirmou que “a China está decidida a salvaguardar a sua soberania e os seus interesses marítimos sobre a Ilha Huangyan”.
O porta-voz se referiu ao banco de areia disputado por Pequim.
“Aconselhamos as Filipinas a não fazerem provocações nem procurarem problemas”, acrescentou.
Área disputada pela China
A China reivindica 90% dos 2,8 milhões de quilômetros quadrados do Mar do Sul da China e sobre a maioria das ilhas e bancos de areia na região, até aquelas que ficam a centenas de quilômetros de distância do continente chinês.
A área reivindicada sobrepõe às zonas econômicas exclusivas do Vietnã, Malásia, Brunei, Indonésia e Filipinas.
O Ministério das Relações Exteriores das Filipinas disse que a barreira constitui uma violação do direito internacional e que as Filipinas “tomarão todas as medidas apropriadas para proteger a soberania do nosso país e o sustento dos nossos pescadores”.
Nas últimas duas décadas, a China ocupou diversos recifes e atóis em todo o Mar do Sul da China, construindo instalações militares, incluindo pistas e portos, que dsafiam a soberania e os direitos de pesca das Filipinas e também colocam em perigo a biodiversidade marinha na hidrovia disputada e rica em recursos.
Em 2016, um tribunal internacional em Haia, na Holanda, decidiu em favor das Filipinas uma disputa marítima histórica. O tribunal concluiu que a China não tem base jurídica para reivindicar direitos históricos sobre a maioria do Mar do Sul da China. Pequim ignorou a decisão.
A China não lhe basta tomar terras, agora querem as águas…