Na quarta-feira 1°, o governador da Flórida, nos Estados Unidos, Ron DeSantis, assinou uma lei que proíbe e criminaliza a fabricação e a venda de carne cultivada em laboratório.
A legislação se une a esforços semelhantes de outros três Estados — Alabama, Arizona e Tennessee — que também buscaram impedir a venda de carne cultivada. Os governantes acreditam que o produto ainda não é seguro o suficiente para ser comercializado.
“A Flórida está combatendo o plano da elite global de forçar o mundo a comer carne cultivada em uma placa de Petri ou insetos para alcançar seus objetivos autoritários”, disse DeSantis. “Vamos preservar nossos fazendeiros e pecuaristas.”
A carne cultivada, também chamada de carne de laboratório, vem ganhando destaque nos últimos anos. Algumas startups têm investido milhões para aprimorar a tecnologia, visando a “criar uma alternativa mais sustentável à carne convencional”. Geralmente, o produto é cultivado em recipientes metálicos a partir de amostras de células animais.
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As células se multiplicam em biorreatores enquanto são nutridas com água, aminoácidos, vitaminas e lipídios, um processo que pode ser difícil de ser realizado em escalas suficientemente grandes para produzir comida em quantidade comercial.
Dean Black, um criador de gado e um dos representantes republicanos da Flórida que se mobilizaram pela aprovação do projeto de lei, disse ao jornal norte-americano NBC News que a carne cultivada é uma preocupação de segurança nacional. Ele teme que concentrar a produção de proteínas em fábricas possa levar à fome caso essas instalações sejam atingidas por um míssil.
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Na assinatura do projeto de lei, o Comissário de Agricultura da Flórida, Wilton Simpson, disse que a proibição tem o objetivo de proteger a integridade da agricultura norte-americana.
Defensores da carne cultivada se pronunciam contra a medida
Ainda segundo informações da NBC, empresas que produzem carne cultivada afirmaram que a lei da Flórida “sufoca a inovação” em um espaço que está se tornando competitivo globalmente.
“Os Estados Unidos têm uma tremenda liderança em termos de proteínas alternativas agora, temos 43 empresas de carne cultivada no mundo”, disse Tom Rossmeissl, chefe de marketing global da Eat Just Inc., a empresa mantenedora da marca de carne cultivada Good Meat. “Mas esse tipo de retórica política e essas leis colocam isso em risco”
A Upside Foods, outra startup de carne cultivada, disse que a proibição poderia “colocar em risco a resiliência da cadeia de suprimentos da Flórida”, supostamente prejudicando a capacidade do Estado de lidar com a duplicação projetada da demanda global de proteínas até 2050.
“Esse tipo de legislação discriminatória compromete a liderança dos Estados Unidos em biotecnologia e permite que países como a China obtenham vantagem injusta,” disse a Upside Foods em um e-mail para a NBC News.
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O principal concorrente na indústria de carne cultivada é a China, que incluiu a tecnologia em seu último plano quinquenal agrícola como uma maneira de “combater as emissões de gases de efeito estufa” e evitar a escassez de alimentos.
Lori Berman, uma das dez senadoras democratas da Flórida que votaram contra o projeto de lei, expressou preocupações semelhantes sobre a China. Ela chamou a lei de “pouco visionária” e alegou que a carne cultivada é uma solução para problemas futuros de escassez de alimentos.
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