Um fóssil do primeiro predador a habitar a Terra já identificado, uma criatura marítima que lembra as águas-vivas e viveu há cerca de 560 milhões de anos, foi encontrado por cientistas do Serviço Geológico Britânico na região de Charnwood, em Leicestershire, no Reino Unido.
A animal não só precede em cerca de 20 milhões de anos o até então identificado como o mais velho entre os predadores, como também é o fóssil de animal mais antigo com descendentes diretos vivos, ou seja, parente dos animais modernos, já descoberto.
Tudo indica que o predador seja precursor dos cnidários, que hoje têm como representantes as águas-vivas. Na descrição do paleontólogo Frankie Dunn, da Universidade de Oxford, o animal media cerca de 20 centímetros e tinha o formato de uma tocha olímpica.
A região de Leicestershire é conhecida como um celeiro de achados científicos relativos ao período conhecido na linha do tempo da história geológica como Ediacarano (635 a 538 milhões de anos atrás), que precede o Cambriano, cerca de 539 milhões de anos atrás, no qual, segundo o conhecimento científico já bem estabelecido, a vida explodiu, literalmente.
Foi durante a época da chamada explosão cambriana que seres complexos, com tecidos, órgãos, lados esquerdo e direito simétricos, entre outras características que reconhecemos nos animais de hoje, começaram a aparecer.
Esta descoberta dos cientistas britânicos, entre outros achados recentes a respeito do período Ediacarano, começou a estremecer esse dogma.
Em tempo: os pesquisadores deram o nome de Auroralumina attenboroughii ao fóssil recém-encontrado. É uma homenagem ao célebre naturalista e apresentador inglês David Attenborough, de 96 anos.
Tudo leva a crer que a idade avançada da criatura e do longevo Attenborough e da criatura que leva o seu nome não seja mera coincidência.