Cerca de 250 autoridades francesas expulsaram, nesta quarta-feira, 17, centenas de imigrantes que se alojavam em uma fábrica abandonada ao sul de Paris, na comuna de Vitry-sur-Seine. A maioria dos 450 residentes que moravam no local estavam esperando por um alojamento social.
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Parte das pessoas saiu do edifício no início desta semana, quando as autoridades anunciaram a ação. Os últimos remanescentes foram embora nesta quarta-feira com seus pertences em sacolas e malas.
Do lado de fora da construção havia vários ônibus esperando para levar os imigrantes a outras cidades do país. Orleans, no centro da França, e Bordeaux, no sudoeste, eram destinos programados.
Muitos imigrantes não queriam sair dos arredores de Paris
Em entrevista à agência francesa de notícias AFP, o sudonês Abakar, de 29 anos, disse que estava na região para cursar logística. Ele também estava esperando por uma vaga de emprego em um supermercado. “Quero ficar aqui”, disse o homem.
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“Sabe, a França não é só Paris”, aconselhou uma mulher a um jovem imigrante. “Bordeaux é bonito, faz mais calor do que aqui.”
Com a ação, grupos da sociedade parisiense acusaram a cidade de querer esconder moradores de rua para deixar o espaço “mais bonito” durante os Jogos Olímpicos, que terão início no dia 26 de julho e vão até 11 de agosto.
As autoridades francesas disseram ter um programa de alojamento para aqueles que ainda desejam ficar na região de Paris. A solução, no entanto, ainda é incerta.
“O número de pessoas em situação de rua está aumentando”, afirmou a organização Le Revers de la Médaille. “No terreno, observamos efeitos muito preocupantes da preparação dos Jogos Olímpicos na Região Metropolitana de Paris: expulsões forçadas de populações em situações de habitação informal e precária e afastamento de pessoas em situação de rua.”
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Gabriel de Souza é estagiário da Revista Oeste em São Paulo. Sob supervisão de Edilson Salgueiro
Nunca vi Paris como hoje.
Não se fala mais francês, só árabe e dialetos africanos.
As ruas estão cheias de mendigos e moradores de rua.
Mesmo não querendo vê-lo alojando-se nos bairros mais sofisticados da cidade, eles estão em todo o lugar…