O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, afirmou que o G20 — grupo dos 20 países com as principais economias do mundo — está determinado a enfrentar a crise humanitária no Afeganistão, mesmo que seja necessário coordenar esforços com o Talibã. A declaração ocorreu na terça-feira 12, depois de uma cúpula de emergência do grupo.
Beirando o colapso, a economia do país piorou significativamente depois da tomada do poder pelos extremistas, em 15 de agosto. Os bancos ficaram sem dinheiro, os funcionários públicos não foram pagos e os preços dos alimentos dispararam, deixando milhões em risco de fome severa. De modo unânime, os participantes do encontro acordaram sobre a necessidade de aliviar a crise no país.
“Basicamente, houve uma convergência de pontos de vista sobre a necessidade de abordar a emergência humanitária”, disse Draghi à imprensa no final da videoconferência. Em sua opinião, “é muito difícil ver como você pode ajudar as pessoas no Afeganistão sem envolver o Talibã”. Mas ele ressalta que trabalhar em conjunto para solucionar o problema, “não significa reconhecê-los”.
Sem esconder a preocupação com a situação das mulheres no regime linha-dura, o premiê declarou que os talibãs devem ser julgados pelos atos e não pelas palavras. Os líderes G20 lançaram uma nota conjunta apelando aos novos dirigentes afegãos para combaterem os grupos militantes que operam fora do país.
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