O Ministro da Justiça da Bolívia, Iván Lima, informou que o governo instaurou uma ação penal contra o ex-comandante do Exército, General Juan José Zúñiga, pelos crimes de levantamento armado contra a segurança e soberania do Estado, aliciamento de tropas e ataque ao Presidente.
Além disso, Lima anunciou que o ex-líder militar pode pegar pena de até 20 anos “por atacar a democracia e a Constituição Política do Estado”.
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“Vamos buscar a condenação de Juan José Zúñiga à pena máxima de prisão possível para estes crimes, que é de 15 a 20 anos de prisão”, avisou o ministro em suas redes sociais. “A Procuradoria-Geral da República e a Procuradoria-Geral da República iniciaram o processo criminal e o seguirão até que este soldado receba a sua condenação”.
Veja imagens da tentativa de golpe e da prisão do general boliviano:
O plano do general
Zuñiga foi preso na noite de quarta-feira, 26, em La Paz, depois de sua demissão do cargo, na terça-feira 25. Ele liderou tropas e tanques em frente à sede do governo.
Por volta das 15 horas de ontem, militares e veículos blindados invadiram e tomaram a Plaza Murillo e ficaram estacionados nas esquinas da praça com o objetivo de tomar conta dos órgãos Executivo e Legislativo.
A tomada da praça acabou por volta das 17h30, depois de o presidente Arce instalar um novo Alto Comando Militar que ordenou a retirada e a desmobilização dos militares.
Magne afirmou que a ação de Zuñiga desonrou as Forças Armadas e foi “desleal com os valores básicos de respeito e dignidade das Forças Armadas”.
Declarações de Zuñiga à imprensa
Em entrevista à imprensa, Zuñiga pediu a formação de um “novo gabinete” e afirmou que substituiria os ministros e prenderia Evo Morales caso ele tentasse se candidatar à presidência em 2025.
Durante a operação, policiais militares usaram escudos para bloquear a sede do governo. Um veículo blindado foi utilizado para derrubar as portas e bombas de efeito moral foram lançadas contra os manifestantes.
Novos chefes militares nomeados
Depois da prisão de Zuñiga, o presidente Luis Arce nomeou novos chefes para o Alto Comando militar. Os novos representantes são José Wilson Sánchez Velásquez (Exército), Geraldo Zabala Alvarez (Força Aérea) e Renán Wilson Guardia Ramírez (Armada).