O governo do presidente Vladimir Putin reforçou a mensagem ao Ocidente nesta terça-feira, 29, de que vai aceitar apenas rublos nas exportações de gás russo. O posicionamento acontece um dia depois de nações vinculadas ao G7 classificarem a exigência como ‘inaceitável’.
“Ninguém vai entregar gás de graça. Não é possível. E se pode pagar apenas em rublos”, afirmou Dmitri Peskov, porta-voz do governo.
“A situação mudou no contexto de uma guerra econômica contra a Rússia. As empresas devem entender isso”, acrescentou o representante russo.
Na última segunda-feira, o G7 criticou a exigência da negociação de gás russo por rublos, comunicada na última semana em pronunciamento de Putin. A declaração em nome do fórum dos países mais industrializados do mundo veio por meio de Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha.
A declaração aconteceu em meio às tensões do conflito que envolve os russos na Ucrânia, com decorrentes sanções financeiras impostas por nações do Ocidente ao país.
A Rússia, atualmente, é a maior exportadora mundial de gás natural liquefeito e responde por 45% das exportações para a União Europeia. Os russos lideram o comércio global neste nicho, acompanhados de Catar e Irã.
Na última semana, autoridades dos Estados Unidos e da União Europeia anunciaram um novo acordo para fornecimento de gás, de modo a limitar a dependência do continente das exportações vindas da Rússia.
Pelo acordo, os Estados Unidos garantem aos parceiros europeus o fornecimento de 15 bilhões de metros cúbicos extras de gás natural liquefeito (GNL) até o fim de 2022. Em médio prazo, na projeção para 2030, a demanda anual do continente deve ir a 50 metros cúbicos.
Um tiro no pé. Vai apressar a procura dos países compradores por outros fornecedores e fontes alternativas de energia.