A Suprema Corte da Guatemala acatou o pedido de nove partidos políticos e suspendeu o resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no país. A decisão foi tomada no domingo 2.
A medida, segundo a Corte, foi adotada para permitir a avaliação de suspeitas de irregularidades e garantir a segurança do processo eleitoral. A suspensão dos resultados também ocorreu por causa das denúncias de que mil atas eleitorais, correspondendo a menos de 1% do total, teriam sido alteradas.
A denúncia foi formalizada pelo Partido Valor, pelo qual Zury Ríos, filha do ex-ditador Efraín Ríos, concorria à Presidência.
Os candidatos social-democratas Sandra Torres (15,86%) e Bernardo Arévalo (11,77%) foram os mais votados entre 22 concorrentes. O segundo turno no país está previsto para ocorrer em 20 de agosto.
Agora, vão ser realizadas novas audiências de revisão de votos pelas Juntas Departamentais e Distritais Eleitorais. O resultado oficial do primeiro turno só será anunciado depois da conclusão dessa revisão, que tem prazo máximo de 115 dias.
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Reação internacional
A decisão de suspender o resultado das eleições na Guatemala gerou reação internacional. A União Europeia (UE) pediu que as instituições judiciais e os partidos políticos respeitem a vontade dos cidadãos expressa livremente nas eleições.
Já a Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu que os Poderes do Estado respeitem a separação de Poderes e a integridade do processo eleitoral.
A interferência do Judiciário nas eleições guatemaltecas já vinha chamando a atenção internacional. O Supremo Tribunal Eleitoral do país negou a candidatura presidencial da líder indígena Thelma Cabrera, alegando que seu companheiro, Jordán Rodas Andrade, estava enfrentando acusações criminais.
Além disso, o deputado Aldo Dávila, crítico do governo de Alejandro Giammattei, foi excluído do processo eleitoral por denúncias de funcionários públicos contra ele.