No ano passado, Eran Zahavi, um dos maiores ídolos da história do futebol israelense, esteve perto de acertar com o Botafogo-RJ. Preferiu, no entanto, voltar para o seu país, depois de jogar no Guangzhou, da China, e no PSV, da Holanda.
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Fez o que a maioria dos melhores jogadores de Israel fazem, como Eli Ohana (1991), Haim Revivo (2003), Eyal Berkovic (2005) e Yossi Benayoun (2014). E neste momento da guerra, Zahavi está fazendo o mesmo que todos os compatriotas: colaborando à sua maneira.
A missão dele, portanto, também é a de um combatente. Uma das primeiras iniciativas foi aceitar o retorno à seleção de Israel, da qual estava longe havia dois anos, magoado por não ter sido mais chamado. Zahavi, de 36 anos, é o que mais gols fez na história da seleção israelense.
“É uma sensação boa, porque é sempre bom fazer parte da selecção nacional”, afirmou Zahavi ao site do Maccabi Tel-Aviv, seu atual clube. “Estou muito satisfeito por estar lá agora e tentarei fazer o meu melhor para tornar a nossa nação feliz.”
Ele associou seu retorno diretamente à atual situação de guerra pela qual passa o país. Como se ele fosse um soldado convocado.
“Foi um fator importante na minha decisão, deixei o passado para trás, tanto da minha parte quanto da seleção nacional, que foi mútua”, contou. “O mais importante neste momento é dar o exemplo como líderes, como pessoas que olharam, para mostrar que é possível fazer concessões para um bem maior que é mais do que estamos habituados.”
Ele estava disposto a não voltar a vestir a camisa azul e branca. Mas mudou de ideia, por uma causa que considera maior.
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“Não foi algo fácil para mim, não em termos de ego, mas deixei de lado algumas convicções que orientaram minha carreira profissional”, admitiu. “Eu simplesmente decidi mergulhar pelo bem maior e não ver o que acontece.”
Deslocados por causa da guerra
Outra iniciativa de Zahavi foi visitar crianças desalojadas de suas residências no Norte e do Sul de Israel, em função das ameaças terroristas do Hezbollah, e do Hamas, depois dos ataques no dia 7 de outubro, desde a Faixa de Gaza.
Zahavi, que é atacante, estava ao lado do zagueiro Sheran Yeini, seu companheiro de Maccabi Tel Aviv.
Eles visitaram o hotel Dan Panorma, em Tel Aviv, onde as crianças foram acolhidas, com os custos pagos pelo governo.
“Todos nós mudamos as nossas vidas, mas fizemos algumas pequenas mudanças, mas há pessoas aqui cujas mudanças são drásticas”, observou Zahavi. “Eles foram arrancados de suas casas. Estamos aqui para tentar animá-los um pouco.”