O governo da Guiana ameaçou nesta terça-feira, 5, recorrer ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) se a disputa com a Venezuela por Essequibo for agravada.
A afirmação foi do procurador-geral guianiense, Anil Nandlall. O território rico em petróleo corresponde a dois terços da Guiana e é reivindicado por Caracas.
“Qualquer ação ou tentativa de tomar qualquer ação em virtude do referendo requererá recorrer ao Conselho de Segurança da ONU”, disse Nandlall.
O procurador-geral garantiu que a Guiana apelaria aos artigos 41 e 42 da Carta das Nações Unidas, que conferem ao Conselho de Segurança tomar ações militares e aplicar sanções em caso de um agravamento da crise.
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Venezuela ignora Haia
O regime do ditador Nicolas Maduro promoveu um plebiscito no domingo 3 e a população do país apoiou a ideia de anexar a região de Essequibo.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) avisou o governo da Venezuela a “se abster de qualquer ação para modificar a situação vigente” em Essequibo. Também determinou que as partes devem “se abster de qualquer ação que possa agravar ou estender a disputa”.
Contudo, o regime de Maduro não reconhece a jurisdição da CIJ sobre o caso. As recomendações do tribunal em Haia, na Holanda, não foram suficientes para aliviar a tensão.
Autoridades internacionais temem que o plebiscito incentive ainda mais Maduro a invadir o país vizinho. Mas especialistas acreditam que essa possibilidade é pequena.
Caracas argumenta que a fronteira venezuelana deve ser estabelecida com a Guiana no rio Essequibo, como foi no século 18.
O regime venezuelano também cita o acordo de Genebra, em 1966, antes da independência da Guiana, que estabelecia uma solução negociada e anulava um laudo de 1899 que fixou os limites atuais.
Na segunda 4, Maduro pediu “um acordo diplomático, justo e satisfatório para as partes”.
O ditador acusou os Estados Unidos de intervirem na disputa para favorecer o gigante do petróleo ExxonMobil, que iniciou a exploração, junto com o governo da Guiana, de jazidas de petróleo, parte delas no território disputado de Essequibo.
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Com certeza deve ter consultado seu amigo de nove dedos antes dessa investida. O exército brasileiro será conivente com isso?