Um dia antes de a campanha nacional de imunização ser ampliada, vários Estados da Índia ficaram sem vacinas contra a covid-19, informaram as autoridades de saúde nesta sexta-feira, 30. Os planos eram vacinar 300 milhões dos habitantes de maior risco até agosto, mas a meta foi elevada devido ao aumento de casos de infecções pelo vírus. O segundo país mais populoso do mundo vem batendo recorde diário de novos casos, como noticiou Oeste.
Apesar de o governo do primeiro-ministro Narendra Modi planejar vacinar todos os adultos contra o novo coronavírus, a partir de amanhã, 1º de maio, a Índia, que é a maior fabricante mundial de vacinas, não possui estoque suficiente para realizar a campanha. Os dois produtores do país já estavam com dificuldade para elevar a produção acima de 80 milhões de doses por mês, em virtude da falta de matérias-primas e do incêndio no Instituto Serum, onde é produzida a vacina da AstraZeneca no país.
A partir de hoje, 30, centros de vacinação de Mumbai, a maior cidade da Índia, ficarão fechados durante três dias, por causa da escassez de imunizantes, relatam as autoridades. Já o Ministério da Saúde de Karnataka, Estado que abriga o Polo Tecnológico de Bengaluru, declarou que a vacinação dos adultos não começará em 1º de maio. No Estado natal do primeiro-ministro, Gujarat, as autoridades afirmam que a inoculação do grupo de 18 a 45 anos deve ter início em 15 dias, já que esperam receber imunizantes até lá.
Cerca de 9% do 1,4 bilhão de habitantes receberam uma dose da vacina desde janeiro.
Números
De acordo com o Ministério da Saúde, foram 386.452 novos casos nas últimas 24 horas e as mortes por covid-19 subiram para 3.498 no mesmo período. Os números reais podem ser de cinco a dez vezes maiores do que os oficiais, acreditam os especialistas.
Desde o fim de fevereiro, quando uma segunda onda da doença avançou no país, a Índia acumulou cerca de 7,7 milhões de casos. Entretanto, a nação levara quase seis meses para chegar aos 7,7 milhões de casos anteriores.
O país asiático vive uma profunda crise: hospitais e necrotérios estão sobrecarregados, oxigênio e medicamentos tornaram-se escassos e restrições rigorosas de circulação vigoram em suas maiores cidades.
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Com informações da Agência Brasil