A fabricante de chips Intel removeu as referências à região de Xinjiang, no noroeste da China, de uma carta aberta enviada a seus fornecedores no mês passado, depois de o conteúdo gerar revolta nas redes sociais chinesas.
O documento da Intel solicitava a seus fornecedores que não comprassem produtos da região, onde especialistas e organismos internacionais acusam a ditadura chinesa de violar direitos humanos.
Segundo a Intel ressaltou na nota, o regime chinês mantém milhões de uigures e membros de outras minorias muçulmanas em campos de detenção, como parte de um programa de assimilação.
Após um “cerco digital chinês” promovido nas redes sociais, a Intel retirou as referências à Xinjiang. É o que noticiou o Wall Street Journal, nesta segunda-feira, 10, a Intel retirou da carta qualquer referência à Xinjiang.
Boicote
Ao ter acesso à nota da Intel em dezembro do ano passado, o Partido Comunista da China (PCC) reagiu. Por meio do jornal Global Times, controlado pela ditadura, o PCC atacou a empresa norte-americana. Conforme o PCC, a Intel foi “ingrata” por ofender um país responsável por 26% da receita da empresa em 2020.
Naquele mês, a Intel pediu desculpas nas redes sociais chinesas e, em sua defesa, disse que foi obrigada a garantir que sua cadeia de suprimentos não use trabalhadores ou fonte de bens ou serviços da região de Xinjiang, obedecendo a restrições impostas por “vários governos”, como o governo americano.
No mesmo dia, o presidente Joe Biden assinou uma lei que restringia todas as importações de Xinjiang para os EUA, a menos que existissem provas de que os produtos não foram fabricados por trabalhos forçados.
Violações de direitos humanos em Xinjiang
Xinjiang se tornou um grande problema para as relações públicas de empresas ocidentais. Se por um lado as empresas americanas que se atrevem a investir na região correm riscos de ter inconvenientes regulatórios e manchas em sua reputação em seus mercados domésticos, por outro, aqueles que a evitam podem enfrentar a fúria do governo chinês.
Junto da Intel, outras empresas ocidentais também tiveram problemas com suas declarações sobre Xinjiang: a varejista Walmart e a fabricante de carros elétricos Tesla, que abriu uma exposição na região e gerou revolta na América.
Genocídio
O governo americano, organizações de direitos humanos e diversas outras nações ocidentais chamam de genocídio a forma com que o governo chinês trata o povo uigur, com práticas como vigilância em massa, trabalho forçado, tortura e esterilização forçada em mulheres.
Como resultado, os EUA impuseram sanções ao governo chinês, como o boicote anunciado em dezembro pelo governo americano aos jogos de inverno, que ocorrerão este ano na China, e as sanções impostas por países ocidentais a altos funcionários em Xinjiang acusados de violações dos direitos humanos dos uigures.
Assim como a Rússia, a China também é assassina. Nós brasileiros,que tanto compramos produtos chineses, poderemos estar contribuindo para o genocídio chinês, para o expancionismo da intolerância chinesa .
As mesmas megacorporacoes que impõem uma agenda “progressista” no ocidente se rendem a cada episódio de hipersensibilidade de Xi Jinping e seu 1,4 bilhao de zumbis consumidores.