Era questão de tempo até o temor de que a inteligência artificial (IA) pudesse interferir no resultado das provas chegasse às escolas e às universidades. Recentemente, professores da Inglaterra afirmaram que os seus alunos serão obrigados a fazer alguns de seus cursos “em sala de aula sob supervisão direta”. As bancas de exame têm suspeitas de que os alunos estejam trapaceando na escola.
Os avanços na IA, como o ChatGPT, levaram universidades em todo o mundo à preocupação de que os jovens possam usar a tecnologia a fim de obter notas mais altas. O software é capaz de criar textos e outros conteúdos com tamanha perfeição — como ensaios e cursos —, que são quase indistinguíveis dos trabalhos realizados por um ser humano. Um relatório com orientações para professores sobre “proteção da integridade das qualificações” foi publicado pelo Joint Council for Qualifications (JCQ) no Reino Unido.
O relatório afirma que as escolas devem conscientizar os alunos sobre os riscos do uso da IA e as possíveis consequências de utilizá-la “inapropriadamente” na avaliação. Os orientadores acrescentam ainda que os “estudantes que fazem mau uso da IA, de forma que o trabalho que eles enviam para avaliação não seja deles, cometerão negligência, de acordo com os regulamentos do JCQ, e podem receber sanções severas”.
Os professores estão preocupados com os rumos do ensino — sobretudo na Inglaterra —, em função das “facilidades” propostas pela inteligência artificial. Softwares como o ChatGPT são ferramentas incrivelmente sofisticadas, capazes de facilmente ludibriar os professores quanto à autenticidade das respostas dos alunos durante uma prova. Os docentes pedem a manutenção de alguns métodos tradicionais de ensino.