A campanha “Pense antes de se conectar” (“Think before you link”, em inglês), que está sendo lançada nesta semana por agências de segurança britânicas, deve impactar 450 mil servidores públicos e parceiros no setor privado e na academia. O objetivo da ação é advertir que opositores do Reino Unido estão criando contas falsas em sites de relacionamentos profissionais para atrair pessoas que têm acesso a informações sigilosas.
Mais de 10 mil britânicos se tornaram alvos on-line de Estados hostis, como a China, nos últimos cinco anos, ao mesmo tempo em que espiões estrangeiros aumentaram a manipulação de sites de networking profissional. O intuito é recrutar novos agentes e roubar segredos. Posando como recrutadores, os espiões atraem seus alvos para encontros presenciais em que esses indivíduos podem ser submetidos a suborno ou chantagem.
Funcionários do governo com acesso a informações confidenciais, bem como servidores aposentados e empregados do setor privado que têm acesso a tecnologia sigilosa ou comercialmente sensível, como equipamentos de defesa, costumam ser alvos potenciais, reportou o jornal Financial Times.
LinkedIn na mira de espiões em busca de informações sigilosas
A campanha, que foi testada no Reino Unido há três anos, só agora está sendo lançada publicamente. Coordenada pelo Centro de Proteção da Infraestrutura Nacional (CPNI, na sigla em inglês) — um braço da agência britânica de inteligência MI5 —, que aconselha o governo e o setor privado em segurança protetiva, a campanha orienta a desconfiar de novos contatos com ofertas de emprego que aparentem ser boas demais e também estimula funcionários a relatar abordagens suspeitas aos empregadores. As autoridades não dão detalhes sobre quais países ou quais plataformas de redes sociais são mais preocupantes, mas há um longo histórico de a China utilizar o LinkedIn para atrair alvos.
De acordo com o chefe de confiança e segurança da rede social LinkedIn, Paul Rockwell, sua equipe procurou ativamente por sinais de “atividade patrocinada por Estados”. Também removeu contas falsas usando inteligência de várias fontes, incluindo agências governamentais. Entre janeiro e junho do ano passado, foram 33,7 milhões de contas falsas removidas no momento do registro.
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