O Irã anunciou nesta segunda-feira, 24, a proibição de mulheres sem véu em museus e locais históricos. A nova determinação foi anunciada pelo chefe da Direção-Geral de Museus do país, Morteza Adibzadeh, “para proteger a segurança pública e os assuntos culturais”, segundo o jornal Etemad.
Com isso, mulheres que não usarem véu não vão poder entrar no Museu Nacional do Irã, nem visitar monumentos, como a famosa Persépolis. As imagens de jovens mulheres sem véu fazendo o gesto de vitória em frente ao túmulo do rei Ciro II, o Grande, do século 11 a.C., perto das ruínas de Persépolis, se espalharam pelas redes sociais nas últimas semanas.
Desde a morte de Mahsa Amini, em setembro do ano passado, muitas mulheres iranianas deixaram de usar o véu islâmico obrigatório como forma de protesto e desobediência civil. A morte de Amini provocou fortes protestos em todo o país pedindo o fim da República Islâmica, principalmente por jovens e mulheres.
A proibição do museu é a última medida anunciada para reimpor o uso do hijab — uma peça de vestuário obrigatória no país islâmico desde 1983. As autoridades também ameaçaram fechar negócios que atendam mulheres sem o hijab. Foi relatado o fechamento de 155 empresas, por não cumprirem as leis do uso do véu. Além disso, o governo iraniano enviou mensagens de texto a 3,5 mil mulheres, por não usarem o acessório islâmico.
A lei pune as mulheres com multas e até dois meses de prisão, mas as autoridades também consideram outras opções, como a privação de serviços bancários. Os ministérios da Educação e da Saúde anunciaram que as estudantes que não usarem véu não serão autorizadas a frequentar universidades ou faculdades.
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É até um crime esconder um rosto, aparentemente belo desse como o dessa foto.