Israel realizou, nesta quinta-feira, 26, bombardeios que atingiram uma série de infraestruturas do grupo Houthi perto dos aeroportos de Hodeida e da capital iemenita, Sana’a.
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Os Estados Unidos, que já vinham atacando alvos houthis desde 2023, estavam cientes dessa ação israelense.
Depois de atacar o Hamas, o Hezbollah, responder aos ataques do Irã e entrar na Síria, Israel iniciou uma ação mais forte contra uma nova frente, em território iemenita.
A operação, feita por meio de aeronaves de combate, causou duas mortes, segundo o The Jerusalem Post. Foi uma resposta aos ataques dos houthis a Israel em solidariedade ao atendado terrorista do Hamas em 7 de outubro.
Pela primeira vez, as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificaram os ataques ao território iemenita, dominado pelo grupo Houthi, organização terrorista que controla o Iêmen desde 2014.
Em julho, um ataque de drone dos houthis a Tel-Aviv matou um civil israelense, o que já havia levado Israel a realizar ataques de retaliação no Porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes.
Desta vez, no entanto, o objetivo de Israel, segundo seu governo, é dar continuidade às ações para desmantelar a infraestrutura do grupo.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu que Israel continuará atacando o “braço terrorista” do Irã até “concluirmos o trabalho”.
O ministro da Defesa, Israel Katz, reiterou: “Vamos caçar todos os líderes houthis; ninguém conseguirá escapar do longo braço de Israel.”
As FDI declararam em nota: “O regime terrorista dos houthis é uma parte central do eixo iraniano de terror, e seus ataques a navios e rotas de transporte internacional continuam a desestabilizar a região e o mundo em geral. O regime terrorista Houthi opera como um grupo terrorista autônomo enquanto depende da cooperação e financiamento iranianos para realizar seus ataques.”
E completaram: “As FDI não hesitarão em operar a qualquer distância contra qualquer ameaça ao Estado de Israel e seus cidadãos”.
Discurso desafiador do líder do Houthi a Israel
A resposta de Israel ocorreu ao mesmo tempo em que o líder houthi, Abdul-Malik al-Houthi, fazia um discurso de “vitória” nas proximidades, relata o Post, baseado em fontes locais.
Os bombardeios ocorreram enquanto al-Houthi anunciava o “fracasso” israelense em desafiar o Iêmen e a ineficiência de Israel em obter informações de inteligência no país logo antes dos ataques houthis.
Depois dos ataques israelenses, o discurso mudou, segundo o jornal. O tom desafiador deu lugar à queixa. O porta-voz do Houthi, Mohammed Abdel Salam, chamou o ataque de “crime contra o povo iemenita”.
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A pista principal, a torre de controle e a aeronave do Aeroporto Internacional de Sana’a foram alguns dos alvos. Imagens transmitidas pela Sky News Arabia mostram o aeroporto danificado pelo fogo.
As FDI ressaltaram que também buscaram destruir a infraestrutura militar do Houthi. Além dos aeroporto da capital iemenita e de Hodeida, foram bombardeados as usinas de energia de Hezyaz e Ras Kanatib e os portos de Al-Hudaydah, Salif e Ras Kanatib, na costa ocidental.