Novos bombardeios israelenses atingiram o sul de Beirute, área controlada pelo grupo terrorista libanês Hezbollah, nesta sexta-feira, 1º. Os ataques acontecem no dia seguinte à visita de representantes norte-americanos a Israel em busca de um cessar-fogo no Líbano e em Gaza. Os enviados dos EUA se reuniram com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a menos de uma semana das eleições presidenciais norte-americanas.
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Além de discutir “medidas para acabar com o conflito em Gaza”, o Departamento de Estado dos EUA informou que os emissários viajaram a Jerusalém para tratar de “uma solução política” para o conflito. Em comunicado, o primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse que os ataques israelenses confirmam “a sua rejeição de todos os esforços para conseguir um cessar-fogo”.
Desde 7 de outubro de 2023, a guerra que afeta a Faixa de Gaza se estendeu ao Líbano, onde Israel tem realizado ataques aéreos intensivos contra o Hezbollah desde 23 de setembro e ataques terrestres no sul do país desde 30 de setembro. No Líbano, ao menos 1,8 mil pessoas já morreram em decorrência dos bombardeios, de acordo com dados do Ministério da Saúde libanês.
Israel busca neutralizar o Hezbollah na fronteira e viabilizar o retorno de 60 mil habitantes ao norte do país, que foram deslocados pelo lançamento de foguetes do grupo há mais de um ano. O Hezbollah, apoiado pelo Irã, abriu uma frente contra Israel em 8 de outubro de 2023, em solidariedade ao Hamas, que governa Gaza.
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Conflito entre Israel e Hamas já dura mais de um ano
O conflito em território palestino começou em 7 de outubro de 2023, quando terroristas do Hamas atacaram o sul de Israel e mataram 1,2 mil pessoas, em sua maioria civis. Dos 251 sequestrados pelo grupo, aproximadamente cem permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza, enquanto 34 foram declarados mortos pelo Exército israelense.
Israel respondeu com uma ofensiva que já causou mais de 43 mil mortes no território, segundo dados do Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo Hamas.
Conforme informações do governo israelense, o plano proposto pelos enviados norte-americanos prevê a retirada do Hezbollah e do Exército israelense do sul do Líbano, que seria então monitorado pelas Forças Armadas libanesas e pelos Capacetes Azuis, da ONU.
O Líbano seria responsável por impedir o rearmamento do Hezbollah, enquanto Israel manteria seu direito à autodefesa, de acordo com o direito internacional, segundo o documento. Autoridades israelenses afirmaram que suas tropas não deixarão o sul do Líbano até que seja firmado um acordo que atenda às suas necessidades de segurança.
Netanyahu declarou que “aprecia” o apoio dos EUA, mas resiste à pressão de seu aliado. “Os exércitos terroristas não estarão mais nas nossas fronteiras”, reiterou. “O Hamas não controlará mais Gaza, e o Hezbollah não se instalará na nossa fronteira norte em posições que lhe permitam invadir.”
Contudo, segundo a imprensa israelense, a possibilidade de um cessar-fogo tem ganhado força depois do chefe do Estado-Maior de Israel, general Herzi Halevi, anunciar o “desmantelamento completo da cadeia de comando” do Hezbollah. O novo líder do grupo terrorista, Naim Qassem, afirmou que aceitaria um cessar-fogo, embora sob certas “condições”, que não foram detalhadas.
Leia também: “Hola, Hezbollah”, artigo de Miriam Sanger publicado na Edição 241 da Revista Oeste