A visita do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à Arábia Saudita, nesta segunda-feira, 29, se tornou um passo importante na formalização de um acordo de paz entre o reino saudita e Israel. A aliança, vista como inviável há algumas décadas, está próxima de se concretizar, na opinião de Blinken.
Leia mais: “Hamas divulga novo vídeo de reféns para pressionar Israel”
“O trabalho que a Arábia Saudita e os Estados Unidos têm feito juntos em termos dos nossos próprios acordos, penso eu, está potencialmente muito próximo da conclusão”, disse o secretário de Estado, de acordo com a AFP.
A ideia da união ganhou ainda mais força com a última rusga entre Israel e Irã, atual inimigo de ambos os países. A Arábia Saudita já assumiu que ajudou Israel na defesa contra os mais de 300 projéteis lançados pelo Irã ao território israelense no último dia 13.
O desfecho das negociações está ligado ao fim da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Para a Arábia Saudita, as negociações para um Estado palestino selariam definitivamente um pacto de paz com Israel.
Leia mais: “Presidente da Autoridade Palestina faz apelo para Hamas libertar reféns”
“Mas então, para avançar com a normalização, serão necessárias duas coisas: calma em Gaza e um caminho credível para um Estado palestino”, disse Blinken durante reunião do Fórum Económico Mundial em Riad.
Nem mesmo a acusação que pesa sob o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, serviu para minar os esforços do presidente Joe Biden em selar os laços de amizade entre Israel e Arábia.
Biden esteve em Riad em 2022 e, apesar de ter pressionado Salman sobre o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, executado e esquartejado no consulado saudita em Istambul, em 2018, manteve uma visita cordial.
A agenda foi pautada por temas em comum, com assuntos como energia, defesa e cibersegurança.
Importância simbólica de um acordo
No xadrez do Oriente Médio, Israel poderá encerrar o conflito com o grupo terrorista ainda antes do previsto pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).
Em compensação, está na iminência de se aliar, dos pontos de vista diplomático, comercial e militar, ao maior rival iraniano, que financia os grupos terroristas na fronteira com Israel.
Seria, neste sentido, uma derrota para o Hamas, que, com os ataques de 7 de outubro, visava justamente a inflamar o mundo árabe, inclusive o governo saudita, em uma onda hostil que isolaria novamente Israel, depois dos Acordos de Abraão, de 2020. Na ocasião, o país judaico estabeleceu relações diplomáticas com Emirados Árabes e Bahrein.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou recentemente que um “acordo de paz histórico” com a Arábia Saudita seria de grande importância para Israel, em função da relevância política e econômica saudita. Assim como, prosseguiu ele, por causa da importância simbólica do país saudita no mundo árabe e islâmico.
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
Justamente por isso, acrescenta a BBC, uma aproximação frustraria todos os planos iranianos, inseridos nos ataques do Hamas e do Hezbollah a Israel.
No dia seguinte à invasão do grupo terrorista, em outubro, Ismail Haniya, chefe do gabinete político do Hamas, afirmou que acordos de outros países árabes com Israel “não podem resolver este conflito”.
As conversas entre sauditas e israelenses estavam adiantadas na ocasião. No dia 26 de setembro, o ministro de Turismo de Israel, Haim Katz, chegou à Arábia Saudita, na primeira visita pública de um ministro israelense ao reino.
Também o Hezbollah admitiu que o ataque do Hamas se tornou uma tentativa de afastar Israel dos sauditas, ao dizer que foi feito para lembrar que “o problema palestino é uma questão viva que não morrerá até a vitória e a libertação”.
Torço por este acordo. A Arábia Saudita não é um país Bélicoso. O Irã, o Herzbolah, o Hamas e os Houtis querem eliminar Israel do Mapa.
Vai ser difícil agora…