A polícia de Israel anunciou, nesta quinta-feira, 19, a prisão de um israelense acusado de ter sido recrutado pelo Irã para assassinar altos-comandos do governo, incluindo o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Yoav Gallant.
Agentes iranianos contataram o suspeito, Mordechai Maman, residente de Ashkelon, e lhe deram antecipadamente € 5 mil (cerca de R$ 27,3 mil). Ele está detido desde 29 de agosto, conforme divulgado pela polícia e pelo Shin Bet, serviço de segurança israelense. A prisão, no entanto, só foi anunciada recentemente.
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“Um cidadão israelense foi recrutado pela inteligência iraniana para promover assassinatos de figuras israelenses”, disse o comunicado. “Ele viajou clandestinamente duas vezes para o Irã e recebeu pagamento para realizar missões.”
Maman era conhecido por ser um empresário turco
As autoridades descreveram Maman como um empresário que passou um longo período na Turquia. Suas conexões com a Turquia e o Irã apresentaram-no por telefone a um empresário iraniano chamado Eddie.
Maman teria visitado o Irã pela primeira vez em maio de 2024 para se encontrar com Eddie, sendo então apresentado a Hajjah, um suposto agente de segurança iraniano.
Durante esse encontro, agentes iranianos o convidaram a realizar missões em Israel, como transferir “dinheiro ou uma arma”, fotografar locais públicos movimentados e ameaçar outros israelenses recrutados por Teerã.
Em agosto, a polícia e o Shin Bet descobriram que o suspeito havia viajado clandestinamente ao Irã novamente, atravessando a fronteira em um caminhão.
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Lá, ele se encontrou com outros agentes de inteligência iranianos, que o convidaram a realizar atividades terroristas. Isso incluiria a execução de ataques assassinos, de acordo com a declaração da polícia e do Shin Bet.
Morte de Netanyahu seria vingança contra Israel
Alguns dos assassinatos planejados foram descritos como tentativas de vingança pela morte do chefe político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado em Teerã em julho. O Irã e o Hamas acusaram Israel de estar por trás da morte de Haniyeh, embora Israel não tenha comentado o ocorrido.
Além disso, agentes iranianos instruíram o suspeito a recrutar membros do Mossad, agência de inteligência de Israel, para se tornarem agentes duplos. Maman solicitou um adiantamento de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,46 milhões) para participar das reuniões.